Em Sua conversação de
despedida com os discípulos, na noite anterior à crucifixão, o Salvador não fez
referência ao sofrimento que Ele havia suportado e teria ainda de suportar. Não
falou da humilhação que estava a sua frente, mas buscou levar-lhes à mente o
que lhes pudesse fortalecer a fé, levando-os a olhar para a frente, à
recompensa que espera o vencedor. Ele Se regozijava na certeza de que poderia
fazer por Seus seguidores mais do que havia prometido, e o faria; de que dEle brotariam
amor e compaixão que purificariam o templo da alma e fariam os homens
semelhantes a Ele no caráter; de que Sua verdade, armada com o poder do
Espírito, sairia vencendo e para vencer.
"Tenho-vos dito
isto", declarou Ele, "para que em Mim tenhais paz; no mundo tereis
aflições, mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo." João 16:33. Cristo não
fracassou, nem Se desencorajou; e Seus discípulos deviam mostrar fé da mesma persistente
natureza. Deviam trabalhar como Ele havia trabalhado, buscando dEle forças.
Embora seu caminho fosse obstruído por aparentes impossibilidades, por Sua
graça deviam ir para a frente, de nada desesperando e esperando por tudo.
Cristo havia terminado a
obra que Lhe fora dada para fazer. Tinha reunido os que deviam continuar Sua obra
entre os homens. E disse: "E nisso sou glorificado. E Eu já não estou mais
no mundo; mas eles estão no mundo, e Eu vou para Ti. Pai santo, guarda em Teu
nome aqueles que Me deste, para que sejam um, assim como Nós." "Eu
não rogo somente por estes, mas também por aqueles que pela Sua palavra hão de
crer em Mim; para que todos sejam um." "Eu neles, e Tu em Mim, para
que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o mundo conheça que Tu Me
enviaste a Mim, e que os tens amado a eles como Me tens amado a Mim." João
17:10-11, 20-21 e 23.
Livro: Atos dos Aspóstolos
– Ellen G. White