sábado, 30 de novembro de 2013

Justificação pela Fé

"O tempo é chegado, dizia Ele. O reino de Deus está próximo. Arrependam-se e creiam nas boas novas!" (Marcos 1:15 NVI). O arrependimento associa-se à fé, que por sua vez é solicitada para se obter a salvação(a). O arrependimento é descrito como uma tristeza pelo pecado, que prepara o coração para aceitar a Cristo como único salvador; única esperança de perdão (II Coríntios 7:10).
"Ao levar Satanás o homem a pecar, tinha esperanças de que a repugnância de Deus ao pecado O separaria para sempre do homem e quebraria o elo de ligação entre o Céu e a Terra. O abrir dos céus(b)com a voz de Deus dirigida a Seu Filho foi como um toque mortal para Satanás. Temeu que Deus estava agora mais disposto a unir o homem a Si mesmo e conferir-lhe poder para vencer suas artimanhas. Com este propósito Cristo veio das cortes reais para a Terra."1
O primeiro passo na reconciliação com Deus é a convicção de pecado. E "pecado é o quebrantamento da lei". "Pela lei vem o conhecimento do pecado" (I João 3:4Romanos 3:20Romanos 7:7). Unicamente o evangelho de Cristo pode livrar o homem da condenação ou contaminação do pecado. O pecador deve exercer o arrependimento em relação a Deus, cuja lei transgrediu, e fé no sacrifício expiatório de Cristo. Assim, obtém a remissão dos pecados passados, e se torna participante da natureza divina.2

Mas, embora Deus possa ser justo e ao mesmo tempo justificar o pecador, pelos méritos de Jesus, homem algum pode cobrir sua alma com as vestes da justiça de Cristo, enquanto comete pecados conhecidos, ou negligencia conhecidos deveres. Deus requer a completa entrega do coração, antes que possa ocorrer a justificação; e para que o homem conserve essa justificação, tem de haver obediência contínua, mediante ativa e viva fé que opera por amor. A fim de que o homem seja justificado pela fé, esta tem de chegar ao ponto em que controle(c) as afeições e impulsos do coração. (...)

A fé é a condição sob a qual Deus promete perdão aos pecadores; não que exista na fé qualquer virtude pela qual se mereça a salvação, mas porque a fé pode prevalecer-se dos méritos de Cristo. A pessoa arrependida reconhece que sua justificação vem porque Cristo morreu por ele; porque Cristo é a sua expiação e justiça.
"Jesus, nosso Substituto, consentiu em sofrer pelo homem a penalidade da lei transgredida. Ele revestiu Sua divindade com a humanidade, tornando-Se assim o Filho do homem, o Salvador e Redentor. O próprio fato da morte do amado Filho de Deus para remir o homem revela a imutabilidade da lei divina. Quão facilmente, do ponto de vista do transgressor, Deus poderia ter abolido Sua lei provendo assim um meio pelo qual o homem pudesse ser salvo e Cristo permanecesse no Céu! A doutrina que ensina a liberdade, pela graça, para transgredir a lei é uma ilusão fatal. Todo transgressor da lei de Deus é um pecador, e ninguém pode ser santificado enquanto vive em pecado conhecido."3
Justiça é obediência à lei (Romanos 2:13). A lei requer justiça, e o pecador além de ser devedor de justiça à lei, é incapaz de apresentá-la por si mesmo. A única maneira em que pode alcançar a justiça é pela fé. Pela fé pode ele apresentar a Deus os méritos de Cristo, e o Senhor lança a obediência de Seu Filho a crédito do pecador. A justiça de Cristo é aceita em lugar do fracasso do homem, e Deus recebe, perdoa, justifica a pessoa arrependida, trata-a como se fosse justa, e ama-a tal qual ama Seu Filho (Tito 3:4-7). Assim é que a fé é imputada como justiça.
"Perante o [pecador] é apresentada a maravilhosa possibilidade de ser semelhante a Cristo, obediente a todos os princípios da lei. Mas por si mesmo é o homem absolutamente incapaz de alcançar esta condição. A santidade que a Palavra de Deus declara que ele deve possuir antes que possa ser salvo, é o resultado da operação da divina graça, ao submeter-se à disciplina e restritoras influências do Espírito de verdade (Romanos 8:5-10). (...) A parte do cristão é perseverar em vencer cada falta. Constantemente deve orar para que o Salvador sare os distúrbios de sua alma enferma do pecado. Ele não tem sabedoria ou a força para vencer; isso pertence ao Senhor, e Ele os outorga a todos os que em humildade e contrição dEle buscam auxílio."4
Muitos estão a perder o caminho certo, por pensarem que podem alcançar o Céu ao fazer algo para merecer o favor de Deus. Procuram tornar-se melhores por seus próprios esforços. Isso jamais conseguirão realizar. Cristo abriu caminho morrendo como nosso sacrifício, vivendo como nosso exemplo, tornando-Se nosso grande sumo sacerdote. Diz Ele: "Eu sou o caminho, e a verdade e a vida." (João 14:6). Se por qualquer esforço próprio pudéssemos subir um único degrau na escada, as palavras de Cristo não seriam verdadeiras.

Quando o pecador penitente, contrito diante de Deus, discerne a expiação de Cristo em seu favor e aceita essa expiação como sua única esperança nesta vida e na vida futura, seus pecados são perdoados. Isso é justificação pela fé. Toda pessoa deve submeter sua vontade inteiramente à vontade de Deus e manter-se num estado de arrependimento e contrição, exercendo fé nos méritos expiadores do Redentor e avançando de força em força, de glória em glória.

Perdão e justificação são uma só e a mesma coisa. Pela fé, o pecador passa da posição de rebelde, de filho do pecado e de Satanás, para a posição de súdito leal de Cristo Jesus, não por causa de alguma bondade inerente, mas porque Cristo o recebe como Seu filho, por adoção (Romanos 8:15). (...) O pecador pode errar, mas ele não é rejeitado sem misericórdia(d). Sua única esperança, porém, é arrependimento para com Deus e fé no Senhor Jesus Cristo. A prerrogativa do Pai é perdoar nossas transgressões e pecados, porque Cristo tomou sobre Si a nossa culpa e nos absolveu, imputando-nos Sua própria justiça (cf. Apocalipse 22:14). Seu sacrifício satisfaz plenamente as reivindicações da justiça (cf. Isaías capítulo 53).

Justificação é o contrário de condenação. A infinita misericórdia de Deus é manifestada para os que são completamente indignos. Ele perdoa as transgressões, os pecados por amor de Jesus, o qual Se tornou a propiciação pelos nossos pecados. Pela fé em Cristo, o transgressor culpado é conduzido ao favor de Deus e à forte esperança da vida eterna.




Texto extraído de: WHITE, E. G. Fé e Obras, São Paulo: CPB, cap. 14-15, p. 99-104.
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b. Em referência a Mateus 3:17.
c. Esse controle não provém da natureza pecaminosa do homem, ele origina-se graça de Cristo. Trata-se de ajuda sobrenatural que direciona a mente humana nos ensinos e nas qualidades de Deus e, por consequência, elimina o antigo caráter pecaminoso. É através da graça que o pecador consegue discernir o pecado e, pela fé, luta diariamente para bani-lo de sua vida. A fé é aperfeiçoada sob essas circunstâncias (cf. Tiago capitulo 2).
1. WHITE, E. G. No Deserto da Tentação, São Paulo: CPB, cap. 8, p. 36.
2. WHITE, E. G. Grande Conflito, O; São Paulo: CPB, sec. III, cap. 27, p. 467-468.
3. WHITE, E. G. Fé e Obras, São Paulo: CPB, cap. II, p. 30.
4. WHITE, E. G. Atos dos Apóstolos, São Paulo: CPB, sec. V, cap. 52, p. 532.

sábado, 23 de novembro de 2013

O Selo de Deus

"Eu sou o Senhor, vosso Deus; andai nos Meus estatutos, e guardai os Meus juízos, e praticai-os; santificai os Meus sábados, pois servirão de sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o Senhor, vosso Deus." (Ezequiel 20:19-20 RA).

"O sábado foi dado a toda a humanidade para comemorar a obra da criação. O grande Jeová, quando lançou os fundamentos da Terra, quando revestiu o mundo inteiro de beleza e criou todas as maravilhas da terra e do mar, instituiu o dia do sábado e o santificou. (...) O Senhor santificou e abençoou o dia em que descansara de toda a Sua maravilhosa obra. (...) Durante sua permanência no Egito, Israel por tanto tempo vira e ouvira a idolatria sendo praticada, que em grande medida perdeu seu conhecimento de Deus e de Sua lei, bem como o senso da importância e santidade do sábado. A lei foi dada uma segunda vez para trazer-lhes essas coisas à lembrança. (...) Deus tirou os hebreus da servidão egípcia e ordenou que observassem o Seu sábado e guardassem a lei dada no Éden(a). Cada semana Ele operava um milagre para fixar-lhes na mente o fato de que instituíra o sábado no começo do mundo. Há os que afirmam que o sábado foi entregue apenas para os judeus; mas Deus nunca disse isso. Ele confiou o sábado ao povo de Israel como um depósito sagrado."1

Israel foi escolhido por Deus para aprender, vivenciar e ensinar os Seus caminhos a todos os povos. Deus nunca restringiu Suas leis e juízos apenas aos israelitas:
"Agora, se Me obedecerem fielmente e guardarem a Minha aliança, vocês serão o Meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a Terra seja Minha, vocês serão para Mim um reino de sacerdotes e uma nação santa. (...)" (Êxodo 19:5-6 NVI cf. Romanos 3:2).
"Vocês terão a mesma lei para o estrangeiro e para o natural da terra. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês. (Levítico 24:22 NVI).
"A assembléia deverá ter as mesmas leis, que valerão tanto para vocês como para o estrangeiro que vive entre vocês. (...)" (Números 15:15-16 NVI).
"Escute-Me, povo Meu; ouça-Me, nação Minha: a lei sairá de Mim; Minha justiça se tornará uma luz para as nações." (Isaías 51:4 NVI).
"E os estrangeiros que se unirem ao Senhor para servi-Lo, para amarem o nome do Senhor e prestar-Lhe culto, todos os que guardarem o sábado deixando de profaná-lo, e que se apegarem à Minha aliança, esses Eu trarei ao Meu santo monte e lhes darei alegria em Minha casa de oração. (...) pois a Minha casa será chamada casa de oração para todos os povos." (Isaías 56:6-7 NVI).
"Deus é Deus apenas dos judeus? Ele não é também o Deus dos gentios? Sim, dos gentios também (...)" (Romanos 3:29-30 NVI).
"Não há judeu nem grego (...) pois todos são um em Cristo Jesus. E, se vocês são de Cristo, são descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa." (Gálatas 3:28-29 NVI).
Portanto, a instituição do sábado não tem mais especial ligação com os judeus do que com todos os outros seres criados. Deus tornou a observância do sábado obrigatória a todos os homens. É afirmado claramente que "o sábado foi feito por causa do homem" (Marcos 2:27 NVI). E todos aqueles que se encontram em perigo de ser enganados neste ponto, devem atentar para a Palavra de Deus, e não aos argumentos de homens (Marcos 7:6-9Colossenses 2:8).2

Assim como os demais preceitos do Decálogo (Êxodo 20:3-17), o quarto mandamento é de aplicabilidade moral, universal e eterna; ele foi instituído para o benefício de toda a humanidade:
"Santificai os Meus sábados, pois servirão de sinal entre Mim e vós, para que saibais que Eu sou o Senhor, vosso Deus. Mas também os filhos se rebelaram contra Mim e não andaram nos Meus estatutos, nem guardaram os Meus juízos, os quais, cumprindo-os o homem, viverá por eles; antes, profanaram os Meus sábados. (...)" (Ezequiel 20:20-21 RA).
"Bem-aventurado o homem que assim procede, o filho de homem que nisto se firma, que guarda o sábado e não o profana e que guarda sua mão de praticar o mal." (Isaías 56:2 BJ). "O sábado foi estabelecido por causa do homem." (Marcos 2:27 RA).
Estas citações revelam indiscutivelmente a universalidade do sábado. Os versos de Ezequiel 20:20-21, que são interpretados intencionalmente às avessas para indicar que o sábado foi destinado somente para os judeus, apresentam a palavra "homem" proveniente do hebraico "'adam", que significa: indivíduo humano; espécie humana. Em Isaías 56:2, a palavra "homem" e a expressão "filho de homem" originam-se respectivamente do hebraico "'enowsh" e "ben 'adam", que igualmente referem-se a: pessoa(s), ser humano, humanidade. A mesma abrangência ocorre em Marcos 2:27, onde a palavra "homem" é traduzida do grego "anthropos", que significa: ser humano; indivíduos humanos. Deste modo, observa-se nitidamente que não existe vínculo restrito entre o sábado e os judeus, nenhuma referência bíblica apresenta a observância sabática como sendo exclusiva a eles. A declaração de Deus aos israelitas: "Santificai os Meus sábados, pois servirão de sinal entre Mim e vós", nunca dispensou outros povos desta obrigatoriedade. Deus jamais restringiu Sua lei à Israel(b). Ao contrário, Israel honrando a lei de Deus, seria exemplo para o mundo (cf. Ezequiel 20:13-14Ezequiel 22:26Ezequiel 36:20-23).

"Toda pessoa tem sido provada, como o foram Adão e Eva no Éden. Assim como a árvore do conhecimento do bem e do mal foi colocada no meio do Jardim do Éden, assim o mandamento do sábado é colocado no meio do Decálogo. Acerca do fruto da árvore do conhecimento, fez-se a restrição: 'Dele não comereis (...) para que não morrais.' Acerca do sábado, Deus disse: 'Não o profaneis; antes, santificai-o.' (...) Assim como a árvore do conhecimento foi o teste da obediência de Adão, o quarto mandamento é o teste que Deus deu para provar a lealdade de todo o Seu povo. A experiência de Adão deve ser para nós uma advertência, enquanto o tempo durar. Adverte-nos a não aceitar de lábios mortais ou de anjos qualquer sugestão que nos afaste um jota ou um til da santa lei de Jeová."3

Sábado: identificação de Deus

O mandamento do sábado assume também a função de selo da lei de Deus.4 "Unicamente este, entre todos os dez, apresenta Deus como Criador e Legislador. Declara ser Ele o Criador dos céus e da terra, e mostra, assim, o Seu direito à reverência e culto, acima de todos. Fora deste preceito, nada há no Decálogo que mostre por autoridade de quem foi dada a lei."5

Em geral, o selo contém três elementos: o nome do proprietário do selo, seu título e a jurisdição de seus domínios. Selos oficiais são utilizados para validar documentos de grande importância. O documento assume a autoridade do oficial a quem pertence o selo utilizado. O selo implica que o próprio oficial aprovou a legislação e que toda a autoridade de seu cargo se encontra por detrás do documento.


Entre os Dez Mandamentos, é o mandamento do sábado que contém os elementos vitais do selo. Pois é o único dentre os dez que identifica o Deus verdadeiro ao declarar o Seu nome: "Senhor teu Deus ("Yhovah 'Elohiym" - Jeová)"; o Seu título: "Criador (Aquele que fez)"; e Seu território: "os céus, a terra e o mar" (Êxodo 20:10-11 cf.Apocalipse 14:7). Uma vez que apenas o quarto mandamento mostra sob a autoridade de quem foram concedidos os Dez Mandamentos, é ele que contém o 'selo de Deus'; colocado sobre a Sua lei como evidência de sua autenticidade e vigência.6

Selados para a eternidade

"Então vi outro anjo subindo do Oriente, tendo o selo do Deus vivo. Ele bradou em alta voz aos quatro anjos a quem havia sido dado poder para danificar a terra e o mar: 'Não danifiquem, nem a terra, nem o mar, nem as árvores, até que selemos as testas dos servos do nosso Deus'." (Apocalipse 7:2-3 NVI).
Ao ser o povo de Deus selado em sua testa, não se trata de selo ou sinal que se possa ver, mas uma fixação na verdade, tanto intelectual como espiritualmente, de modo que não possa mais mudar.7 O selo de Deus será posto somente naqueles que têm a semelhança de Cristo em caráter.8 É a obediência aos Seus mandamentos, em sua totalidade (Tiago 2:8-12), que molda o caráter segundo a semelhança divina. Entretanto, o homem por si mesmo, pelas suas próprias forças, é incapaz de obedecer e agradar a Deus (João 15:5Romanos 8:5-8). Ele necessita da atuação do Espírito Santo para alcançar tais propósitos:
"Quem tem os Meus mandamentos e lhes obedece, esse é o que Me ama. Aquele que Me ama será amado por Meu Pai, e Eu também o amarei e Me revelarei a ele. (...) Tudo isso lhes tenho dito enquanto ainda estou com vocês. Mas o Conselheiro, o Espírito Santo, que o Pai enviará em Meu nome, lhes ensinará todas as coisas e lhes fará lembrar tudo o que Eu lhes disse." (João 14:21-26 NVI cf. I João 2:1-7).
O Espírito Santo conduz o pecador a Cristo e o prepara para ser um cidadão no reino do Céu. Unicamente por intermédio dEle pode alguém compreender e por em prática os preceitos do Decálogo, e assim, ser selado: "E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção." (Efésios 4:30 RA). O Espírito Santo não é o selo, mas a maneira "pela qual", "com a qual" recebe-se o selo. Referindo-se a atuação do Espírito o profeta Isaías declara: "Quando te desviares para a direita e quando te desviares para esquerda, os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo: Este é o caminho, andai por ele." (Isaías 30:21 RA).

Muitos não receberão o selo de Deus porque não guardam os Seus mandamentos, não produzem os frutos da justiça (Salmos 119:142I João 5:1-3 cf. Mateus 19:16-19). A grande multidão dos professos cristãos deparará com amargo desapontamento no dia de Deus. Eles não têm na "testa" o selo do Deus vivo. Sendo mornos e indiferentes, desonram muito mais a Deus do que o descrente confesso. Tateiam nas trevas, quando poderiam estar andando na luz meridiana da Palavra, sob a orientação de Alguém que nunca erra. Não devemos imitar nenhum ser humano. Não há nenhum ser humano que seja suficientemente sábio para ser nosso critério.

Devemos olhar para o homem Cristo Jesus, o qual é completo na perfeição da justiça e santidade. Ele é o Autor e Consumador de nossa fé. Ele é o Homem exemplar(c). Sua experiência é a medida da experiência que devemos obter. Seu caráter é nosso modelo. Tiremos, portanto, a mente das perplexidades e das dificuldades desta vida, e fixemo-la nEle, para que, contemplando-O, sejamos transformados à Sua semelhança (I Pedro 1:14-16 cf. Levítico 19:2). Ao olharmos para Ele e meditarmos a Seu respeito, Ele será formado em nós. Só os que receberem o selo do Deus vivo terão o passaporte para transpor os portais da cidade santa.9




1. Ellen G. White, Review and Herald, 30 de agosto de 1898.
2Ibidem.
3Ibidem.
4. SHULER, J. L. (1972). God's Everlasting Sign, Nashville, TN: Southern Publ. Assn., p. 114-116; ANDREASEN, M. L. (1942). The Sabbath, Washington, D.C., Review and Herald Publ. Assn., p. 248; WALLEMKAMPF, "The BaptismSeal and Fullness of the Holy Spirit", (manuscrito não-publicado), p. 48; WHITE, E. G. Patriarcas e Profetas, São Paulo: CPB, sec. III, cap. 27, p. 307; WHITE, E. G. Grande Conflito, O; São Paulo: CPB, sec. IV, cap. 40, p. 640.
5. WHITE, E. G. Grande Conflito, O; São Paulo: CPB, sec. III, cap. 26, p. 452.
6Nisto Cremos. (2003). 7.ª ed., São Paulo: CPB, cap. 19, p. 334; WHITE, E. G. Patriarcas e Profetas, São Paulo: CPB, sec. III, cap. 27, p. 307.
7SDA Bible Commentary, vol. 4, p. 1.168; (cf. Provérbios 3:1-4, Jeremias 31:32-33, Hebreus 8:10-12, Hebreus 10:15-17).
8SDA Bible Commentary, vol. 7, p. 970.
9Ibidem.

sábado, 16 de novembro de 2013

O Criador e o Memorial da Criação

Pelo primeiro anjo [primeira mensagem angélica] os homens são chamados a temer a Deus, dar-Lhe glória e adorá-Lo como o Criador do céu e da terra (Apocalipse 14:7). E a fim de fazer isto devem obedecer à Sua lei: "Teme a Deus e observa Seus mandamentos, porque este é o dever de todo homem." (Eclesiastes 12:13 BJ). Sem a obediência a Seus mandamentos nenhum culto pode ser agradável a Deus. "Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos Seus mandamentos. E os Seus mandamentos não são pesados." (I João 5:3NVI). "Se alguém se recusa a ouvir a lei, até suas orações serão detestáveis." (Provérbios 28:9 NVI).

Deus é apresentado pela Bíblia como o único que possui o direito à reverência. E o dever de adorar a Deus se baseia no fato de que Ele é o Criador, e que a Ele todos os outros seres devem a existência.1
"Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador." (Salmos 95:6 NVI).
"Todos os deuses das nações não passam de ídolos, mas o Senhor fez os céus." (Salmos 96:5 NVI).
"Reconheçam que o Senhor é o nosso Deus. Ele nos fez e somos dEle. (...)" (Salmos 100:3 NVI).
"Pois assim diz o Senhor, que criou os céus, Ele é Deus; que moldou a terra e a fez, Ele fundou-a; não a criou para estar vazia, mas a formou para ser habitada; Ele diz: 'Eu sou o Senhor, e não há nenhum outro'." (Isaías 45:18 NVI).
"No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus. No princípio, Ele estava com Deus. Tudo foi feito por meio dEle e sem Ele nada foi feito." (João 1:1-3 BJ).
Os seres santos que adoram a Deus no Céu, declaram o mesmo motivo: "Tu, Senhor e Deus nosso, és digno de receber a glória, a honra e o poder, porque criaste todas as coisas, e por Tua vontade elas existem e foram criadas." (Apocalipse 4:11 NVI).

"No Éden, Deus estabeleceu o memorial de Sua obra da criação, depondo a Sua bênção sobre o sétimo dia. O sábado foi confiado a Adão, pai e representante de toda a família humana. Sua observância deveria ser um ato de grato reconhecimento, por parte de todos os que morassem sobre a Terra, de que Deus era seu Criador e legítimo Soberano; de que eles eram a obra de Suas mãos, e súditos de Sua autoridade. Assim, a instituição era inteiramente comemorativa, e foi dada a toda a humanidade (cf. Isaías 56:2Marcos 2:28). Nada havia nela de prefigurativo, ou de aplicação restrita a qualquer povo.

Deus viu que um repouso era essencial para o homem, mesmo no Paraíso. Ele necessitava pôr de lado seus próprios interesses e ocupações durante um dia dos sete, para que pudesse de maneira mais ampla contemplar as obras de Deus, e meditar em Seu poder e bondade. Necessitava de um sábado para, de maneira mais vívida, o fazer lembrar de Deus e para despertar-lhe gratidão, visto que tudo quanto desfrutava e possuía viera das benignas mãos do Criador.

Era o desígnio de Deus que o sábado encaminhasse a mente dos homens à contemplação de Suas obras criadas. A natureza fala aos sentidos, declarando que há um Deus vivo, Criador e supremo Governador de tudo (cf. Romanos 1:20-21). 'Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das Suas mãos.' (Salmos 19:1)."2

A instituição do sábado, que se originou no Éden, é tão antiga como o próprio mundo. Foi observado por todos os patriarcas(a), desde a criação. Durante o cativeiro no Egito, os israelitas foram obrigados por seus maiorais de tarefas a violar o sábado; e em grande parte perderam o conhecimento de sua santidade. Quando a lei foi proclamada no Sinai, as primeiras palavras do quarto mandamento foram: "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar." (Êxodo 20:8 RA), mostrando que o sábado não foi instituído então [naquela ocasião]; mas aponta a sua origem na criação (Êxodo 20:11 cf. Gênesis 2:1-3). A fim de eliminar a lembrança de Deus da mente dos homens, visava Satanás destruir este grande memorial. Se pudessem os homens ser levados a esquecer seu Criador, não fariam esforços para resistir ao poder do mal, e Satanás estaria certo de sua presa.3

Satanás tem sido perseverante e infatigável em seus esforços para levar avante a obra que começou no Céu - mudar a lei de Deus (Isaías 14:13-14Daniel 7:25Apocalipse 12:7-17). Tem tido êxito em levar o mundo a crer na teoria que ele apresentou no Céu antes de sua queda, de que a lei de Deus era defeituosa e necessitava ser revisada. Grande parte da professa igreja cristã, por sua atitude, se não por suas palavras, mostra que aceitaram o mesmo erro(b). Se, porém, a lei de Deus foi mudada num jota ou num til, Satanás ganhou na Terra aquilo que não pôde obter no Céu. Ele preparou seus enganosos laços na esperança de levar em cativeiro a igreja e o mundo. Mas nem todos serão enlaçados. Está sendo traçada uma linha de distinção entre os filhos da obediência e os filhos da desobediência, entre os leais e verdadeiros e os desleais e infiéis. Dois grandes partidos se desenvolvem - os adoradores da besta e sua imagem(c), e os adoradores do Deus vivo e verdadeiro.4

Como memorial da Criação, a observância do sábado representa um antídoto contra a idolatria. Ao lembrar-nos que Deus criou os céus e a Terra, transparece claramente a distinção entre Deus e todos os falsos deuses (cf.Jeremias 16:20-21). A guarda do sábado torna-se, pois, um sinal de nossa fidelidade ao verdadeiro Criador - um sinal de que reconhecemos a Sua soberania como Criador e Rei.5
"O Espírito de Deus tocou o coração dos que estudavam a Sua Palavra e, procurando as verdades concernentes ao ministério sacerdotal de Cristo no santuário celestial, foram impressionados pela convicção de que haviam ignorantemente transgredido este preceito, deixando de tomar em consideração o dia de repouso do Criador. Começaram a examinar as razões para a observância do primeiro dia da semana em lugar do dia que Deus havia santificado. Não puderam achar, nas Escrituras Sagradas, prova alguma de que o quarto mandamento tivesse sido abolido, ou de que o sábado fora mudado; a bênção que a princípio destacava o sétimo dia nunca fora removida. Sinceramente tinham estado a procurar conhecer e fazer a vontade de Deus; agora, como se vissem transgressores de Sua lei, encheu-se-lhes o coração de tristeza, e manifestaram lealdade para com Deus, santificando Seu sábado.
Muitos e tenazes foram os esforços feitos para subverter-lhes a fé. Ninguém poderia deixar de ver que, se o santuário terrestre era uma figura ou modelo do celestial, a lei depositada na arca, na Terra, era uma transcrição exata da lei na arca, que está no Céu. E que a aceitação da verdade concernente ao santuário celeste envolvia o reconhecimento dos requisitos da lei de Deus, e da obrigatoriedade do sábado do quarto mandamento. Aí estava o segredo da decidida oposição atroz à exposição harmoniosa das Escrituras, que revelavam o ministério de Cristo no santuário celestial. (...)"6
"A importância do sábado como memória da criação consiste em conservar sempre presente o verdadeiro motivo de se render culto a Deus - porque Ele é o Criador, e nós as Suas criaturas. O sábado, portanto, está no fundamento do culto divino, pois ensina esta grande verdade da maneira mais impressionante, e nenhuma outra instituição faz isso. O verdadeiro fundamento para o culto divino, não meramente o daquele que se realiza no sétimo dia, mas de todo o culto, encontra-se na distinção entre o Criador e Suas criaturas. Este fato capital jamais poderá tornar-se obsoleto, e jamais deverá ser esquecido."7

"Tivesse sido o sábado universalmente guardado, os pensamentos e afeições dos homens teriam sido dirigidos ao Criador como objeto de reverência e culto, jamais teria havido idólatra, ateu, ou incrédulo. A guarda do sábado é um sinal de lealdade para com o verdadeiro Deus, "Aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas" (Apocalipse 14:7 cf. Êxodo 20:11). Segue-se que a mensagem que ordena aos homens adorar a Deus e guardar Seus mandamentos, apelará especialmente para que observemos o quarto mandamento.

A alegação tantas vezes feita, de que Cristo mudou o sábado, é refutada por Suas próprias palavras. Em Seu sermão no monte, disse Ele: "Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido. Qualquer pois que violar um destes mais pequenos mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos Céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos Céus (Mateus 5:17-19 KJV cf. Lucas 16:17)."8

João declara: "Aquele que diz: 'Eu o conheço', mas não obedece aos Seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele." (I João 2:4 NVI).

"As igrejas que recusaram receber a primeira mensagem angélica rejeitaram luz celestial. A mensagem foi misericordiosamente enviada para levá-los a ver sua verdadeira condição de mundanismo e afastamento, e para buscarem o preparo para o encontro com o Senhor. A primeira mensagem angélica foi dada para separar a igreja de Cristo da influência corruptora do mundo. Todavia para a multidão, mesmo os professos cristãos, as amarras que os prendiam à Terra eram mais poderosas do que os atrativos celestiais. Escolheram dar ouvidos à voz da sabedoria terrena e deram as costas à vigorosa mensagem da verdade (cf. Marcos 7:8-9Colossenses 2:8)."9




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c. Acesse: A Marca do Mal
1. WHITE, E. G. Grande Conflito, O; São Paulo: CPB, sec. III, cap. 25, p. 436.
2. WHITE, E. G. Patriarcas e Profetas, São Paulo: CPB, sec. I, cap. 2, p. 48.
3. WHITE, E. G. Patriarcas e profetas, São Paulo: CPB, sec. III, cap. 29, p. 336.
4. WHITE, E. G. Mensagens Escolhidas, vol. II, São Paulo: CPB, sec. II, cap. 12, p. 107.
5Nisto Cremos. (2003). 7.ª ed., São Paulo: CPB, cap. 19, p. 334.
6. WHITE, E. G. Grande Conflito, O; São Paulo: CPB, sec. III, cap. 25, p. 434-435.
7Ibidem, p. 437.
8Ibidem, p. 438, 447.
9. WHITE, E. G. História da Redenção, São Paulo: CPB, cap. 51, p. 364.



sábado, 9 de novembro de 2013

Jesus, o Advogado

"(...) se alguém pecar, temos como advogado, junto do Pai, Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados. E não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo." (I João 2:1-2 BJ). "Por isso é capaz de salvar totalmente aqueles que, por meio dEle, se aproximam de Deus, visto que Ele vive para sempre para interceder por eles." (Hebreus 7:25 BJ).

"Portanto, visto que temos um grande sumo sacerdote que adentrou os céus, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos com toda a firmeza à fé que professamos, pois não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas, mas sim Alguém que, como nós, passou por todo tipo de tentação, porém, sem pecado. Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade." (Hebreus 4:14-16 NVI).

Ao abrirem-se os livros de registro no juízo(a), é passada em revista perante Deus a vida de todos os que creram em Jesus. Começando pelos que primeiro viveram na Terra, nosso Advogado apresenta os casos de cada geração sucessiva, finalizando com os vivos. Todo nome é mencionado, cada caso minuciosamente investigado. Aceitam-se e rejeitam-se nomes.

Quando alguém tem pecados que permanecem nos livros de registro, para os quais não houve arrependimento nem perdão, seu nome é omitido do livro da Vida, e o relato de suas boas ações é apagado do livro memorial de Deus (Neemias 13:14 cf. Ezequiel 33:13). O Senhor declarou a Moisés: "Riscarei do Meu livro todo aquele que pecar contra Mim." (Êxodo 32:33). Todavia, não é o objetivo de Deus que isso ocorra:

"Teria Eu algum prazer na morte do ímpio? (...) Ao contrário, acaso não Me agrada vê-lo desviar-se dos seus caminhos e viver? Se, porém, um justo se desviar de sua justiça, e cometer pecado e as mesmas práticas detestáveis dos ímpios, deverá ele viver? Nenhum de seus atos justos será lembrado! Por causa da infidelidade de que é culpado e por causa dos pecados que cometeu, ele morrerá." (Ezequiel 18:23-24 NVI).

Situação oposta, têm aqueles que verdadeiramente se arrependeram do pecado e pela fé rogaram pelo sangue de Cristo como seu sacrifício expiatório; tiveram o perdão acrescentado ao seu nome, nos livros do Céu. Tornando-se eles participantes da justiça de Cristo e, verificando-se estar o caráter em harmonia com a lei de Deus (Romanos 2:13 cf. Mateus 19:16-19), seus pecados serão riscados e eles próprios havidos por dignos da vida eterna:

"Mas, se um ímpio se desviar de sua maldade e fizer o que é justo e direito, ele salvará sua vida. Por considerar todas as ofensas que cometeu e se desviar delas, ele com certeza viverá; não morrerá. Não se terá lembrança de nenhuma das ofensas que cometeu. (...)" (Ezequiel 18:21-22 NVI).

"(...) havia um memorial escrito diante dEle para os que temem ao Senhor e para os que se lembram do Seu nome. Eles serão para Mim particular tesouro, naquele dia que prepararei, diz o Senhor dos exércitos; poupá-los-ei como um homem poupa a seu filho que o serve. Então, vereis outra vez a diferença entre o justo e o perverso, entre o que serve a Deus e o que não o serve." (Malaquias 3:16-18RA).

O Senhor declara pelo profeta Isaías: "Sou Eu, Eu mesmo, Aquele que apaga suas transgressões, por amor de Mim, e que não se lembra mais de seus pecados." (Isaías 43:25 NVI cf. Miquéias 7:18-20, Hebreus 8:10-12). Disse Jesus: "O vencedor será igualmente vestido de branco. Jamais apagarei o seu nome do livro da Vida, mas o reconhecerei diante do Meu Pai e dos Seus anjos. Quem, pois, Me confessar diante dos homens, Eu também o confessarei diante do Meu Pai que está nos céus. Mas aquele que Me negar diante dos homens, Eu também o negarei diante do Meu Pai que está nos céus." (Apocalipse 3:5 NVI; Mateus 10:32-33 NVI).

O acusador

Enquanto Jesus faz a defesa dos súditos de Sua graça, Satanás acusa-os diante de Deus como transgressores. O grande enganador procurou levá-los ao ceticismo, fazendo-os perder a confiança em Deus, separá-los de Seu amor e violar Sua lei. Agora aponta para o relatório de suas vidas, para os defeitos de caráter e dessemelhança com Cristo que desonraram a seu Redentor. Indica todos os pecados que ele mesmo os tentou a cometerem e, por causa disto, os reclama como seus súditos (Apocalipse 12:10). Contudo, Jesus não lhes justifica os pecados, mas apresenta o arrependimento e fé que desenvolveram, e, reivindicando o perdão para eles, ergue as mãos feridas perante o Pai e os santos anjos, dizendo:

"Conheço-os pelo nome. 'Gravei-os na palma de Minhas mãos'. 'Os sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás'. (Isaías 49:16;Salmos 51:17). E ao acusador de Seu povo, declara: 'O Senhor te repreende, ó Satanás; sim, o Senhor, que escolheu Jerusalém, te repreende; não é este um tição tirado do fogo?' (Zacarias 3:2)(b)."

Cristo vestirá Seus fiéis com Sua própria justiça, para que os possa apresentar a Seu Pai "como igreja gloriosa, sem mancha nem ruga ou coisa semelhante, mas santa e inculpável" (Efésios 5:27 NVI). Seus nomes permanecem registrados no livro da Vida, e ao lado de Cristo andarão "vestidos de branco, pois são dignos" (Apocalipse 3:4 NVI).

No culto típico(c), o sumo sacerdote, havendo feito expiação por Israel, saía e abençoava a congregação. "Assim também Cristo foi oferecido em sacrifício uma única vez, para tirar os pecados de muitos; e aparecerá segunda vez, não para tirar o pecado, mas para trazer salvação aos que O aguardam." (Hebreus 9:28 NVI). Abençoará com a vida eterna Seu povo que O espera (Apocalipse 22:12-14).

Assim como o sumo sacerdote, ao remover do santuário os pecados confessava-os sobre a cabeça do bode emissário(d), semelhantemente Cristo porá todos esses pecados sobre Satanás, o originador e instigador do mal. E, da mesma forma que o bode emissário, levando os pecados de Israel, era enviado à "terra solitária" (Levítico 16:22), Satanás, levando a culpa de todos os pecados que induziu o povo de Deus a cometer, estará durante mil anos circunscrito à Terra desolada e sem moradores, aguardando finalmente a punição completa do pecado no fogo que destruirá todos os ímpios (Apocalipse capítulo 20). Deste modo o grande plano da redenção atingirá seu cumprimento na extinção final do pecado e no livramento de todos os que estiverem dispostos a renunciar ao mal.

Cada qual tem um caso pendente no tribunal de Deus. Cada um há de defrontar face a face o grande Juiz. A intercessão de Cristo no santuário celestial, em prol do homem, é tão essencial ao plano da redenção, como o foi a Sua morte sobre a cruz. Pela Sua morte iniciou essa obra, para cuja conclusão ascendeu ao Céu, depois de ressurgir. Ali se reflete a luz da cruz do Calvário. Ali podemos obter intuição mais clara dos mistérios da redenção. A salvação do homem se efetua a preço infinito para o Céu; o sacrifício feito é igual aos mais amplos requisitos da violada lei de Deus. Jesus abriu o caminho para o trono do Pai, e por meio de Sua mediação pode ser apresentado a Deus o desejo sincero de todos os que a Ele se chegam pela fé.

"Quem esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia." (Provérbios 28:13 NVI). Se os que escondem e desculpam suas faltas pudessem ver como Satanás exulta sobre eles, como escarnece de Cristo e dos santos anjos, pelo procedimento deles, apressar-se-iam a confessar seus pecados e deixá-los.

Por meio dos defeitos do caráter, Satanás trabalha para obter o domínio de toda a mente, e sabe que, se esses defeitos forem acariciados, será bem-sucedido. Portanto, está constantemente procurando enganar os seguidores de Cristo com seu fatal sofisma de que lhes é impossível vencer. Mas Jesus apresenta em favor de Seu povo as Suas mãos feridas, Seu corpo moído; e declara a todos os que desejam segui-Lo: "Basta-te a Minha graça, pois é na fraqueza que a força manifesta todo o seu poder." (II Coríntios 12:9 BJ). "Tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim, porque Sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas, pois o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve." (Mateus 11:29-30 BJ). Ninguém, pois, considere incuráveis os seus defeitos. Deus concederá fé e graça para vencê-los.


Texto proveniente e adaptado de: WHITE, E. G. Grande Conflito, O; São Paulo: CPB, sec. IV, cap. 28, p. 482-489.
Vídeo relacionado: Jesus e o Grande Conflito
b. Acesse: Arcanjo Miguel
c. Liturgia do santuário terrestre, o dia da Expiação (Levítico capítulo 16).
d. Acesse: O Bode para Azazel