sábado, 25 de janeiro de 2014

Falsa Imortalidade

Já no início da história humana, começou Satanás seus esforços para enganar a nossa raça. Aquele que incitara rebelião no Céu(a), desejou levar os habitantes da Terra a unirem-se com ele em luta contra o governo de Deus. Adão e Eva tinham sido perfeitamente felizes na obediência à lei divina, e esse fato era um testemunho constante contra a alegação em que insistira Satanás no Céu, de que a lei de Deus era opressiva, e se opunha ao bem-estar de Suas criaturas. (...)


Houvesse Satanás se manifestado em seu verdadeiro caráter, teria sido repelido de imediato, pois Adão e Eva tinham sido advertidos contra este perigoso adversário; ele, porém, operou na treva ocultando seu propósito para que mais eficazmente pudesse realizar o seu objetivo. Empregando como intermediária a serpente, então criatura de fascinante aspecto, dirigiu-se a Eva: "É assim que Deus disse: não comereis de toda a árvore do jardim?" (Gênesis 3:1 KJV). Se Eva tivesse evitado entrar em argumentação com o tentador, teria estado em segurança; mas arriscou-se a conversar com ele e caiu vítima de seus enganos. É assim que muitos ainda são vencidos. Duvidam e argumentam com relação aos preceitos de Deus; e, ao invés de obedecerem aos mandados divinos, aceitam teorias humanas que tão somente disfarçam as armadilhas de Satanás.

"Disse a mulher à serpente: 'Do fruto das árvores do jardim comeremos, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Não comereis dele, nem nele tocareis, para que não morrais'. Então a serpente disse à mulher: 'Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal'." (Gênesis 3:2-5 YLT). A serpente declarou que se tornariam como Deus, possuindo maior sabedoria que antes e sendo capazes de uma condição mais elevada de existência. Eva cedeu à tentação; e, por sua influência, Adão foi levado ao pecado. Aceitaram as palavras da serpente de que Deus não queria dizer o que falara; desconfiaram de seu Criador, imaginaram que Ele estava a restringir-lhes a liberdade, e que poderiam obter grande sabedoria e exaltação, por transgredir Sua lei. (...)

O único que prometeu a Adão vida em desobediência foi o grande enganador. E a declaração da serpente a Eva, no Éden - "Certamente não morrereis" - foi o primeiro sermão pregado acerca da imortalidade da alma. Todavia, esta declaração, repousando apenas na autoridade de Satanás, ecoa dos púlpitos da cristandade, e é recebida pela maior parte da humanidade tão facilmente como o foi pelos nossos primeiros pais. À sentença divina: "A alma que pecar, essa morrerá" (Ezequiel 18:20 KJV), é dada a significação: a alma que pecar, essa não morrerá, mas viverá eternamente. (...)

Depois da queda, Satanás ordenou a seus anjos que fizessem um esforço especial a fim de inculcar a crença da imortalidade inerente do homem; e, tendo induzido o povo a receber este erro, deveriam levá-lo a concluir que o pecador viveria em estado de eterna miséria. Agora o príncipe das trevas, operando por meio de seus agentes, representa a Deus como um tirano vingativo, declarando que Ele mergulha no inferno todos os que não Lhe agradam, e faz com que sempre sintam a Sua ira; e que, enquanto sofrem angústia indizível e se contorcem nas chamas eternas, Seu Criador para eles olha com satisfação. (...)

Quão repugnante a todo sentimento de amor e misericórdia, e mesmo ao nosso senso de justiça, é a doutrina de que os ímpios mortos são atormentados com fogo e enxofre num inferno eternamente a arder; que pelos pecados de uma breve vida terrestre sofrerão tortura enquanto Deus existir!(b) Contudo esta doutrina tem sido largamente ensinada, e ainda se acha incorporada em muitos credos da cristandade. (...)

Que ganharia Deus se admitíssemos que Ele Se deleita em testemunhar incessantes torturas; que Se alegra com os gemidos, gritos e maldições das sofredoras criaturas por Ele retidas nas chamas do inferno? Poderão esses terríveis sons ser música aos ouvidos do Amor infinito? Insiste-se em que a aplicação de intérmino sofrimento aos ímpios mostraria o ódio de Deus ao pecado, como a um mal ruinoso à paz e à ordem do Universo. Terrível blasfêmia! Como se o ódio de Deus ao pecado fosse a razão por que este se perpetua. (...) Está além do poder do espírito humano avaliar o mal que tem sido feito pela heresia do tormento eterno. A religião da Bíblia, repleta de amor, bondade e abundante de misericórdia é obscurecida pela superstição e, revestida de terror. (...)

A teoria do tormento eterno é uma das falsas doutrinas que constituem o vinho das abominações de Babilônia, do qual ela faz todas as nações beberem. (Apocalipse 14:8Apocalipse 17:2). Que ministros de Cristo hajam aceito esta heresia e a tenham proclamado do púlpito sagrado, é na verdade um mistério. Eles a receberam de Roma, assim como receberam o falso sábado. É verdade que tem sido ensinada por homens eminentes e piedosos; mas a luz sobre tal assunto não lhes chegou como a nós. Eram responsáveis apenas pela luz que resplandecia em seu tempo; nós o somos pela que brilha em nossa época. Se nos desviamos do testemunho da Palavra de Deus, aceitando falsas doutrinas porque nossos pais as ensinaram, caímos sob a condenação pronunciada sobre Babilônia; estamos a beber do vinho de suas abominações.

Ilusão imortalista

Numerosa classe, para a qual a doutrina do tormento eterno é revoltante, é levada ao erro oposto. Vêem que as Escrituras representam a Deus como um ser de amor e compaixão, e não podem crer que Ele destine Suas criaturas ao fogo de um inferno eternamente a arder. Crendo, porém, ser a alma de natureza imortal, não percebem outra alternativa senão concluir que toda a humanidade se salvará, por fim. Muitos consideram as ameaças da Bíblia como sendo meramente destinadas a amedrontar os homens para a obediência, e não para se cumprirem literalmente. Assim o pecador pode viver em prazeres egoístas, desatendendo aos preceitos de Deus, e não obstante esperar ser, ao final, recebido em Seu favor. Esta doutrina, admitindo a misericórdia de Deus, mas passando por alto Sua justiça, agrada ao coração carnal e torna audazes os ímpios em sua iniquidade. (...)

Deus deu em Sua Palavra prova decisiva de que punirá os transgressores de Sua lei. Os que se lisonjeiam de que Ele é muito misericordioso para exercer justiça contra o pecador, apenas têm de olhar para a cruz do Calvário. A morte do imaculado Filho de Deus testifica que "o salário do pecado é a morte" (Romanos 6:23), que toda violação da lei de Deus deve receber sua justa paga (I João 3:4). Cristo, que não tinha pecado, Se fez pecado pelo homem. Encarou a culpa da transgressão, sendo-Lhe ocultado o rosto do Pai, até Lhe quebrantar o coração e desfazer a vida. Todo esse sacrifício foi feito para que os pecadores possam ser remidos. De nenhum outro modo conseguiria o homem livrar-se da pena do pecado. E toda alma que se recusa a tornar-se participante da expiação provida a tal preço, deve levar em si própria a culpa e o castigo da transgressão. (...)

Deus não força a vontade ou o juízo de ninguém. Não tem prazer na obediência servil. Deseja que as criaturas de Suas mãos O amem porque Ele é digno de amor. Quer que Lhe obedeçam porque reconhecem inteligentemente Sua sabedoria, justiça e benevolência. E todos os que possuem concepção justa destas qualidades, amá-Lo-ão porque são atraídos para Ele e Lhe admiram os atributos. (...)

Os que escolheram a Satanás como chefe, e por seu poder têm sido dirigidos, não estão preparados para comparecer à presença de Deus. O orgulho, o engano, a licenciosidade, a crueldade, fixaram-se em seu caráter. Podem eles entrar no Céu, para morar para sempre com aqueles a quem desprezaram e odiaram na Terra? A verdade nunca será agradável ao mentiroso; a humildade não satisfará o conceito de si mesmo e o orgulho; a pureza não é aceitável ao corrupto; o amor abnegado não parece atrativo ao egoísta. Que fonte de gozo poderia oferecer o Céu para os que se acham totalmente absorvidos nos interesses terrenos e egoístas?

Poderiam aqueles cuja vida foi empregada em rebelião contra Deus, ser subitamente transportados para o Céu, e testemunhar o estado elevado e santo de perfeição que ali sempre existe (...); poderiam aqueles cujo coração está cheio de ódio a Deus, à verdade e santidade, unir-se à multidão celestial e participar de seus cânticos de louvor? Poderiam suportar a glória de Deus e do Cordeiro?

Não, absolutamente; anos de graça lhes foram concedidos, a fim de que pudessem formar caráter para o Céu; eles, porém, nunca exercitaram a mente no amor à pureza; nunca aprenderam a linguagem do Céu, e agora é demasiado tarde. Uma vida de rebeldia contra Deus incapacitou-os para o Céu. A pureza, santidade e paz dali lhes seriam uma tortura; a glória de Deus seria um fogo consumidor (cf. Êxodo 24:17). Almejariam fugir daquele santo lugar. Receberiam alegremente a destruição, para que pudessem esconder-se da face dAquele que morreu para os remir (cf. Apocalipse 6:16). O destino dos ímpios se fixa por sua própria escolha. Sua exclusão do Céu é espontânea da sua parte, e justa e misericordiosa da parte de Deus. (...)

Em misericórdia para com o mundo, Deus suprimiu seus ímpios habitantes no tempo de Noé. Em misericórdia, destruiu os corruptos habitantes de Sodoma. Mediante o poder enganador de Satanás, os praticantes da iniquidade obtêm simpatia e admiração, e estão assim constantemente levando outros à rebeldia. Assim foi ao tempo de Caim e Noé, e ao tempo de Abraão e Ló; assim é em nosso tempo. É em misericórdia para com o Universo que Deus finalmente destruirá os que rejeitam a Sua graça(c).

"O salário do pecado é a morte; mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 6:23 KJV). Ao passo que a vida é a herança dos justos, a morte é a porção dos ímpios. (...) Os que não alcançaram o perdão, mediante o arrependimento e a fé, devem receber a pena da transgressão: "o salário do pecado". Sofrem castigo, que varia em duração e intensidade, "segundo suas obras", mas que finalmente termina com a segunda morte. Visto ser impossível para Deus, de modo coerente com a Sua justiça e misericórdia salvar o pecador em seus pecados, Ele o despoja da existência, que perdeu por suas transgressões, e da qual se mostrou indigno. Diz um escritor inspirado: "Ainda um pouco, e o ímpio não existirá; olharás para o seu lugar, e não aparecerá." (Salmos 37:10 YLT). E outro declara: "E serão como se nunca tivessem sido." (Obadias 1:16 KJV). (...)

Assim se porá fim ao pecado, juntamente com toda a desgraça e ruína que dele resultaram. Diz o salmista: "Repreendeste as nações e destruíste os ímpios; para todo o sempre apagaste o nome deles. O inimigo foi totalmente arrasado, para sempre. (...)" (Salmos 9:5-6 NVI cf. Salmos 69:28Apocalipse 21:27). João, no Apocalipse, olhando para a futura condição eterna, ouve uma antífona universal de louvor, imperturbada por qualquer nota de discórdia. Toda criatura no Céu e na Terra atribuía glória a Deus (Apocalipse 5:13). Não haverá então almas perdidas para blasfemarem de Deus, contorcendo-se em tormento interminável; tampouco seres desditosos no inferno unirão seus gritos aos cânticos dos salvos.

Falso Arrebatamento

Sobre o erro fundamental da imortalidade inerente, repousa a doutrina da consciência na morte, doutrina que, semelhantemente à do tormento eterno, se opõe aos ensinos das Escrituras, aos ditames da razão, e aos nossos sentimentos de humanidade.

Segundo a crença popular, os remidos [que supostamente já estariam] no Céu estão a par de tudo que ocorre na Terra, especialmente da vida dos amigos que deixaram após si. Mas como poderia ser fonte de felicidade para os mortos o saberem das dificuldades dos vivos, testemunhar os pecados cometidos por seus próprios amados, e vê-los suportar todas as tristezas, desapontamentos e angústias da vida? Quanto da bem-aventurança celeste seria fruída pelos que estivessem contemplando seus amigos na Terra? E quão revoltante não é a crença de que, logo que o fôlego(d) deixa o corpo, a alma(e) do impenitente é entregue às chamas do inferno! Em quão profundas angústias deverão mergulhar os que vêem seus amigos passarem à sepultura sem se acharem preparados, para entrar numa eternidade de miséria e pecado! Muitos têm sido arrastados à insanidade por este inquietante pensamento.

Que dizem as Escrituras com relação a estas coisas? Davi declara que o homem não se acha consciente na morte: "Sai-lhes o espírito(f), e eles tornam-se em sua terra; naquele mesmo dia perecem os seus pensamentos." (Salmos 146:4 KJV). Salomão dá o mesmo testemunho: "Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, nem tampouco eles têm jamais recompensa, mas a sua memória ficou entregue ao esquecimento. Até o seu amor, o seu ódio e a sua inveja já pereceram e já não têm parte alguma neste século, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol. (...) Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra, nem indústria, nem ciência, nem sabedoria alguma." (Eclesiastes 9:5-10 KJV).

Quando, em resposta à sua oração, a vida de Ezequias foi prolongada quinze anos; o rei, agradecido, rendeu a Deus um tributo de louvor por Sua grande misericórdia. Nesse cântico ele dá a razão por assim se regozijar: "Porque não pode louvar-Te a sepultura, nem a morte glorificar-Te; nem esperarão em Tua verdade os que descem à cova. Os vivos, os vivos, esses Te louvarão como eu hoje faço. (...)" (Isaías 38:18-19 KJV). A teologia popular representa os justos mortos como estando no Céu, admitidos na bem-aventurança e louvando a Deus com língua imortal; Ezequias, porém, não pôde ver tal perspectiva gloriosa na morte. Com suas palavras concorda o testemunho do salmista: "Na morte não há lembrança de Ti; no sepulcro quem Te louvará?" (Salmos 6:5 KJV). "Os mortos não louvam ao Senhor, nem os que descem ao silêncio." (Salmos 115:17 KJV).

Pedro, no dia de Pentecoste, declarou que o patriarca Davi "morreu e foi sepultado, e entre nós está até hoje a sua sepultura" (Atos 2:29 YLT). "Porque Davi não subiu aos Céus." (Atos 2:34 YLT). O fato de Davi permanecer na sepultura até à ressurreição, prova que os justos não ascendem ao Céu por ocasião da morte. É unicamente pela ressurreição, e em virtude de Jesus haver ressuscitado, que Davi poderá finalmente assentar-se à destra de Deus. E Paulo disse: "Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram em Cristo estão perdidos." (I Coríntios 15:16-18 KJV). Se durante quatro mil anos os justos tivessem à sua morte ido diretamente para o Céu, como poderia Paulo ter dito que se não há ressurreição "os que dormiram em Cristo estão perdidos"? Não seria necessário ressurreição. (...)

Quando estava para deixar Seus discípulos, Jesus não lhes disse que logo iriam ter com Ele. "Vou preparar-vos lugar", disse Ele. "E, se Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo." (João 14:2-3KJV). E diz-nos Paulo que "o mesmo Senhor descerá do Céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." E acrescenta: "Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras." (I Tessalonicenses 4:16-18 KJV). Quão grande é o contraste entre essas expressões de conforto e as dos ministros universalistas(g)! (...)

Considerações Finais

Antes que qualquer pessoa entre nas mansões dos bem-aventurados, seu caso deverá ser investigado; seu caráter e ações deverão passar em revista perante Deus. Todos serão julgados de acordo com as coisas escritas nos livros(h), e recompensados conforme tiverem sido as suas obras. Este juízo não ocorre por ocasião da morte. Notai as palavras de Paulo: "Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do Varão que destinou; e disto deu certeza a todos, ressuscitando-O dos mortos." (Atos 17:31KJV). Aqui o apóstolo terminantemente declara que um tempo específico, então no futuro, foi fixado para o juízo do mundo.

Judas se refere ao mesmo tempo: "Aos anjos que não guardaram o seu principado, mas deixaram a sua própria habitação, reservou na escuridão, e em prisões eternas, até ao juízo daquele grande dia." E cita ainda as palavras de Enoque: "Eis que é vindo o Senhor com milhares de Seus santos; para fazer juízo contra todos e condenar dentre eles todos os ímpios, por todas as suas obras de impiedade que impiamente cometeram (...)" (Judas 1:6, 14-15 KJV). João declara ter visto "os mortos, grandes e pequenos, que estavam diante do trono; e abriram-se os livros. (...) e os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros" (Apocalipse 20:12 KJV).

Se, porém, os mortos já estão gozando a bem-aventurança celestial, ou, contorcendo-se nas chamas do inferno, que necessidade há de um juízo futuro? Os ensinos da Palavra de Deus acerca destes importantes pontos não são obscuros nem contraditórios; podem ser compreendidos pela mente comum. Mas que espírito imparcial pode ver sabedoria ou justiça na teoria corrente? Receberão os justos, depois da investigação de seu caso no juízo, este elogio: "Bem está, servo bom e fiel. (...) Entra no gozo do teu Senhor" (Mateus 25:21 YLT), quando eles estiveram morando em Sua presença, talvez durante longos séculos? São os ímpios convocados do lugar do tormento, para receberem esta sentença do Juiz de toda a Terra: "Apartai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno"? (Mateus 25:41). Oh, sarcasmo solene! Vergonhoso obstáculo à sabedoria e justiça de Deus! (...)

Em parte alguma nas Escrituras Sagradas se encontra a declaração de que é por ocasião da morte que os justos vão para a sua recompensa e os ímpios ao seu castigo. Os patriarcas e profetas não fizeram tal afirmativa. Cristo e Seus apóstolos não fizeram sugestão alguma a esse respeito. A Bíblia claramente ensina que os mortos não vão imediatamente para o Céu. Eles são representados como estando a dormir até à ressurreição (I Tessalonicenses 4:14 cf. Jó 14:10-12). No mesmo dia em que se quebra a cadeia de prata, e se despedaça o copo de ouro, perecem os pensamentos dos homens (Eclesiastes 12:6-7 cf. Salmos 104:29). Os que descem à sepultura estão em silêncio. Não mais sabem de coisa alguma que se faz debaixo do Sol (Jó capítulo 14).

Bendito descanso para o justo cansado! Seja longo ou breve o tempo, não é para eles senão um momento. Dormem, e são despertados pela trombeta de Deus para uma imortalidade gloriosa:

"Eis aqui vos digo um mistério: na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: 'Tragada foi a morte na vitória'." (I Coríntios 15:51-54 YLT).

Ao serem eles chamados de seu profundo sono, começam a pensar exatamente onde haviam parado. A última sensação foi a agonia da morte, o último pensamento o de que estavam a cair sob o poder da sepultura. Ao se levantarem da tumba, seu primeiro alegre pensamento se expressará na triunfante aclamação: "Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?" (I Coríntios 15:55 YLT).



Texto extraído de: WHITE, E. G. Grande Conflito, O; São Paulo: CPB, sec. IV, cap. 33, p. 531-550.
a. Acesse: A Origem do Mal
d. Acesse: Fôlego de Vida
e. Acesse: Alma Vivente
f. Acesse: Espírito
g. Aquele que defende a crença de que cada indivíduo está destinado à vida eterna, independente de suas ações, em decorrência da bondade de Deus.

sábado, 18 de janeiro de 2014

O Protestante e o Domingo

"A atual geração de protestantes guarda o domingo em lugar do sábado, porque o recebeu como parte da religião cristã da geração passada, e esta recebeu da geração anterior, e assim por diante; geração após geração (...) deixou esta parte específica da fé e prática católica intocável. (...) Tanto você [protestante] como nós [católicos], na verdade, seguimos a tradição nesta questão; mas nós a seguimos crendo que faz parte da Palavra de Deus e que a igreja [Católica] tem sido divinamente designada a sua guardiã e intérprete; você a segue, denunciando-a constantemente como uma guia falível e traidora, que frequentemente 'tem invalidado o mandamento de Deus'."1
As diversas igrejas protestantes admitem que não há orientação bíblica para substituir o sábado descrito no quarto mandamento da lei de Deus, por qualquer outro dia semanal; mas, incoerentemente mantêm o domingo em seu lugar argumentando que a ressurreição de Cristo ocorrida no primeiro dia da semana proporcionou a mudança do sétimo dia. Além da nítida contradição, elas são incapazes de demonstrar em que parte das Escrituras é dito que o domingo tornou-se dia santo e que deveria ser observado semanalmente em decorrência da ressurreição de Jesus. No geral, as justificativas apresentadas pelos protestantes para defender a guarda do domingo são idênticas àquelas encontradas no catecismo da igreja Católica;2 sendo comum, também, o uso de textos patrísticos(a).

Independente destes fatos, segue adiante, declarações literárias oficiais de: fundadores e líderes do protestantismo, comentaristas bíblicos e, confissões de fé protestantes que revelam a precariedade e a inconsequência da observância dominical.

Igreja Anglicana

"O resultado desta consideração é: que o 'dia do Senhor'(b) [domingo] não sucedeu o lugar do sábado, mas o sábado foi completamente revogado; o 'dia do Senhor' [domingo] é meramente uma instituição eclesiástica. Não foi estabelecido em virtude do quarto mandamento. (...) Fizeram isso sem qualquer conceito ou obrigação primordial. (...) Os cristãos primitivos realizavam toda espécie de trabalho no 'dia do Senhor' [domingo], mesmo em tempos de perseguição, eles foram os mais rigorosos observadores de todos os mandamentos divinos."3
"Temos, no entanto, a lamentar que, apesar da forte autoridade bíblica em que esta questão repousa, nos últimos anos tem surgido aqueles que atacam a origem divina e a obrigação permanente do sábado. O inimigo das almas é incansável em seus planos contra a felicidade e a salvação dos homens. (...) É impossível ler a Bíblia, começando com suas primeiras revelações, e direcionar a análise para o presente, sem ver que a ideia de um sábado permeia todos os propósitos de Deus para o homem.
(...) A razão para a observância do sábado está firmada na criação, não envolve unicamente o judeu, mas a todos os que encontram-se dentro dos mais distantes limites da criação; e por que, então, deveria o judeu ser o primeiro a comemorar um evento tão glorioso e de caráter universal, ocorrido mais de dois mil anos antes de seu tempo? (...) Um coração naturalmente avesso as coisas de Deus (tal qual cada homem possui) ansiosamente aproveitará qualquer argumento que irá servir o seu propósito e, acima de tudo, um argumento para destruir as reivindicações do dia que tem sido dedicado para expressar a comunhão com Deus."4

Igreja Assembléia de Deus

"Jesus é o Senhor do sábado e Ele (não a tradição) determina o que é 'legal' fazer ou não neste dia santo. O sábado foi estabelecido para o nosso benefício, e não como um peso para a humanidade (Mc 2.27). O princípio dominante é que o sábado foi criado para se fazer o bem. Aquilo que funciona como uma resposta às necessidades humanas exalta o princípio do sábado, ao invés de transgredi-lo. Finalmente, até Deus está ativo aos sábados; portanto Jesus tinha o direito de fazer Suas boas obras neste dia santo (Jo 5.17)."5 "O fato de Deus ter abençoado o sétimo dia significa que Ele o separou para uso santo. Este ato é encontrado nos Dez Mandamentos (Êxodo 20:1-17), no qual Deus ordenou a observância do sábado. (...)"6
"E abençoou Deus o dia sétimo. Deus abençoou o sétimo dia (i.e., o sábado) e o destinou, tanto como dia sagrado e especial de repouso, como um memorial do término de todas as Suas obras criadas. Deus, posteriormente, fez do sábado um dia de bênção para Seu povo fiel (Êx 20.8-11). Reservou-o para ser um dia de descanso, de culto, adoração e comunhão com Ele (Êx 16.2731.12-17)."7
"(...) Mas, e se encararmos a lei como um todo sem emendas? Neste caso, a violação de um dos regulamentos da lei nos torna 'transgressores', da mesma forma que a violação de qualquer outro regulamento. Imagine que nós enchamos um balão e escrevamos cada um dos Dez Mandamentos em uma parte diferente de sua superfície. Por mais que tentemos, é impossível tomar um alfinete e romper somente aquela parte do balão. O balão é um todo. Qualquer que seja a parte que rompamos, estaremos rompendo o todo. Como a lei é um conjunto sem emendas, violar a lei em um só ponto faz com que a pessoa torna-se uma transgressora."8

Igreja Batista

"Como é lei da natureza, que comumente uma proporção de tempo designada por Deus, seja reservada para o culto a Deus, assim em Sua Palavra, por um mandamento positivo, moral e perpétuoobrigatório para todos os homens, em todas as épocas, Ele particularmente determinou um dia em sete para o sábado ser guardado e santificado para Ele. Desde a origem do mundo até a ressurreição de Cristo este dia foi o último da semana; e a partir da ressurreição de Cristo ele foi mudado para o primeiro dia da semana, e chamado o dia do Senhor. (...)"9
"Havia e  um mandamento para santificar o dia de Descanso, mas esse dia de Descanso não é o domingo. Será dito, no entanto, e com alguma demonstração de triunfo, que o sábado foi transferido do sétimo para o primeiro dia da semana, com todos os seus direitos, privilégios e sanções. (...) Onde o registro desta mudança pode ser encontrado? Não no Novo Testamento, absolutamente. Não há evidência bíblica de mudança da instituição do descanso do sétimo para o primeiro dia da semana.
(...) Parece inexplicável que Jesus, durante a convivência de três anos com Seus discípulos, muitas vezes conversando com eles sobre a questão do sábado, debatendo alguns de seus vários aspectos, livrando-o de falsos esclarecimentos, nunca mencionou qualquer transferência do dia; igualmente, durante quarenta dias de vida após a Sua ressurreição, isso não foi estabelecido. Nem tampouco os inspirados apóstolos, pregando o evangelho, fundando igrejas, aconselhando e instruindo os conversos, discutiram ou abordaram este assunto. (...) O domingo veio a entrar na história da igreja primitiva como um dia religioso. (...) Mas que pena que ele veio estigmatizado com a marca do paganismo e batizado com o nome do deus sol(c), quando adotado e sancionado pela apostasia papal(d), e transmitido como legado sagrado ao protestantismo!"10
"Percebemos a partir deste ponto de vista, contudo, a importância e o valor do sábado, como ato comemorativo da criação de Deus e, portanto, a personalidade, soberania e transcendência de Deus. O sábado é de obrigação perpétua como memorial estabelecido por Deus à Sua atividade criadora. (...) Estruturado na criação, aplica-se ao homem como homem, em toda parte e época, em seu atual estado de existência.
Nem nosso Senhor nem Seus apóstolos ab-rogaram o sábado do Decálogo. A nova dispensação anula as prescrições mosaicas relativas à maneira de guardar o sábado, mas, paralelamente declara sua observância como de origem divina e necessária a natureza humana. (...) Cristo não cravou na Sua cruz cada mandamento do Decálogo. Jesus não Se defende da acusação de transgressor do sábado declarando que o sábado foi abolido, mas estabelece o verdadeiro caráter do sábado em atender uma necessidade humana fundamental (Marcos 2:27)."11

Igreja Congregacional

"O sábado, como tem sido observado, foi originalmente determinado para a comemoração da glória divina manifestada na criação do mundo; e para preparar e aperfeiçoar a santidade no homem. A maneira, na qual devemos comemorar a glória de Deus na obra da Criação, neste dia, é suficientemente nos ensinada pela forma, em que o primeiro sábado foi celebrado. (...) No sábado, afastamos todas as atividades mundanas. Uma pausa solene é feita nas ocupações da vida. Um período feliz de descanso nos é fornecido para obtermos a nossa salvação. Nesse tempo nenhum negócio do mundo é incluído; sem prazeres mundanos indevidos; nenhum pensamento mundano para interferir."12
"Se os deveres dos cristãos no sábado são reduzidos, seja em número ou intensidade; então seus privilégios religiosos retribuídos são precisamente inferiores aos dos judeus. Os deveres no sábado são todos privilégios de natureza elevada e gloriosa; não podem deixar de serem considerados por cada bom homem. Não falo, aqui, sobre a regulamentação de leis civis dos judeus, estas não têm nada a haver com o tema da presente discussão. Eu falo do sábado, como instituído no sétimo dia, como instituído imediatamente após o término da criação; como ordenou novamente o quarto mandamento do Decálogo, como explicado e compelido, pelos profetas, particularmente por Isaías."13
"Então, por que observamos o primeiro dia da semana como o descanso cristão? Não há mandamento na Bíblia, exigindo-nos a observar o primeiro dia da semana como o repouso cristão. Se admitirmos o dever de manter o primeiro dia da semana como o descanso cristão, devemos fundamentar a obrigação deste dever sobre a instituição original como prescrito no quarto mandamento - e temos que admitir que depois da ressurreição de Cristo, uma mudança do dia, do sétimo para o primeiro dia da semana, ocorreu. Mas, não há um mandamento registrado na Bíblia, ordenando essa mudança."14
"(...) É bastante claro que por mais rígida e dedicadamente passemos o domingo, não estamos guardando o sábado. (...) O sábado foi estabelecido por meio de um mandamento específico e divino. Não podemos invocar nenhum mandamento como dever de observar o domingo. (...) Não há uma única frase no Novo Testamento que sugerira que estaremos sujeito a alguma penalidade por violar a suposta santidade do domingo."15

Igreja Discípulos de Cristo

"'Porém', dizem alguns, 'foi mudado do sétimo para o primeiro dia.' Onde? Quando? E por quem? Nenhum homem pode dizer. Não, ele [o sábado] nunca mudou, nem poderia mudar. (...) São, meramente, fábulas antigas para tagarelar sobre a mudança do sétimo para o primeiro dia. Se ele mudou, foi esse personagem imponente que o fez, ele muda os tempos e leis ex officio - eu acho que o nome dele é doutor anticristo."16
"Em Seus avanços contra o governo perverso e a falsa religião; em Seus planos para acabar com todo o domínio e idolatria pagã; (...) e restaurar a ordem no mundo, o Altíssimo, como as Escrituras comprovam, tem demonstrado muita sabedoria e sensatez ao assegurar a memória do passado, através de monumentos públicos, instituições civis e ordenanças religiosas; assim como Ele revelou onisciência e presciência do futuro através de tipos, símbolos e profecias. Os eventos memoráveis, pelos quais estes monumentos foram erigidos, formam o verdadeiro coração e essência de todas as crenças judaica e cristã, como pode ser visto pelo: (...) 2. O sábado, o dia memorial de Seu descanso da criação; 3. A base original da sociedade política, o matrimônio no Éden (...)"17
"Chamar 'o dia do Senhor', 'primeiro dia' da semana, um dia de sábado, é totalmente desautorizado pelas Escrituras. Não há nenhuma sanção do Líder da igreja, dos apóstolos ou dos profetas."18

Igreja Luterana

"Além dessas coisas, há uma controvérsia se os bispos ou pastores têm autoridade de instituir cerimônias na igreja, elaborar leis a respeito de alimentos, dias santos, títulos, ordenação de ministros, etc. (...) Eles [católicos] referem-se ao dia de sábado, como tendo sido mudado para o dia do Senhor [domingo], contrário, ao Decálogo, como afigura-se. Nem sequer existe qualquer exemplo [nas Escrituras] na qual eles determinem ainda a alteração quanto ao dia de sábado. Grande dizem eles, é o poder da igreja(e), uma vez que tem dispensado um dos Dez Mandamentos."19
"Contudo, eles erram em ensinar que o domingo ocupou o lugar do sábado do Antigo Testamento e, portanto, deve ser mantido igualmente o sétimo dia que tem sido guardado pelos filhos de Israel. (...) Essas igrejas erram em seus ensinos, pois a Escritura de modo algum estabelece o primeiro dia da semana em lugar do sábado. Simplesmente não há nenhuma lei no Novo Testamento para isso."20
"Deus não santificou para Si o céu, a terra, ou qualquer criatura. Mas Deus santificou para Si mesmo o sétimo dia. Isto foi sobretudo designado por Deus, para nos fazer entender, que o 'sétimo dia' deve ser especialmente dedicado ao culto divino. (...) O sábado portanto, desde o início do mundo, foi separado para adorar a Deus. Esta prática essencial, em sua pureza, se tivesse continuado sem desvio, teria proclamado a glória e as bênçãos de Deus. Homens teriam manifestado reunidos, no dia de sábado, sobre a bondade do seu Criador; teriam orado a Ele, teriam trazido a Ele as suas ofertas e etc. Todas estas coisas estão implícitas e representadas na expressão 'santificar'.
(...) Nem tampouco Adão, se tivesse permanecido no paraíso em sua completa pureza original, teria vivido uma vida de ociosidade. Ele teria ensinado seus filhos no dia de sábado; ele teria em tributo, exaltado a Deus por meio de seus solenes louvores através de proclamação pública; teria impulsionado a si mesmo e a outros a oferecer agradecimentos, pela contemplação das grandiosas e gloriosas obras de Deus."21

Igreja Metodista

"Não há nenhuma indicação aqui(f) que o sábado foi abolido, ou que seu objetivo moral foi substituído, pela introdução do cristianismo. Tenho demonstrado em outros lugares que, 'lembre do dia de sábado para santificá-lo', é um mandamento de obrigação perpétua, e nunca pode ser substituído, exceto pelo derradeiro término do tempo. Como ele é um tipo de descanso que permanece para o povo de Deus, uma eterna bem-aventurança, ele deve continuar em pleno vigor até que chegue a eternidade; nenhum tipo jamais cessa até que o antítipo venha."22
"'Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo'. Você tem esquecido quem disse estas palavras? Ou você está desafiando-O? Você oferece a Ele o seu pior? Tenha cuidado. Você não é mais forte que Ele. 'Ai daquele que contende com seu Criador, daquele que não passa de um caco entre os cacos no chão. Ele Se assenta no Seu trono, acima da cúpula da Terra, cujos habitantes são pequenos como gafanhotos.'(g)
'Seis dias farás toda a obra. Mas o sétimo dia é sábado do Senhor teu Deus.' Não é teu, mas o dia de Deus. Ele reivindica-o para Si mesmo. Ele sempre o reivindicou para Si próprio, desde o início do mundo. 'Em seis dias o Senhor fez o céu e a terra, e ao sétimo dia descansou. Por isso o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.' Ele o santificou; ou seja, Ele o fez sagrado; Ele o reservou para o Seu próprio serviço. Ele determinou que, enquanto o Sol ou a Lua, os céus e a Terra, durarem, os filhos dos homens devem passar este dia em adoração a Ele que 'deu-lhes fôlego de vida e todas as coisas.'"23
"Sábado. Esta palavra, no idioma hebraico, significa descanso. É uma instituição de ordem divina, e de duplo propósito, ou seja, descanso das atividades seculares e desenvolvimento de serviço santo (Êxodo 20:8-11;Levítico 23:3Atos 15:21). A época de seu estabelecimento foi ao final da criação (Gênesis 2:3). (...) Que esta instituição ainda está em vigor entre todos os homens é evidente pelo fato de que o quarto mandamento, que o contém, nunca foi revogado. É mais evidente de acordo com o exemplo dos apóstolos e dos primeiros cristãos."24
"É verdade que não há mandamento autorizando o batismo infantil. Tampouco existe algum que mantenha sagrado o primeiro dia da semana. Muitos acreditam que Cristo mudou o sábado. Mas, a partir de Suas próprias palavras, observamos que Ele não veio com esta finalidade. Aqueles que acreditam que Jesus mudou o sábado se baseiam apenas em hipóteses."25

Igreja Presbiteriana

A "Westminster Confession of Faith"26 (confissão de fé, calvinista, usada pela igreja Presbiteriana), mantém no capítulo XXI (art. VII), integralmente, o mesmo conteúdo defendido pela "The London Baptist Confession of Faith" (confissão de fé da igreja Batista). Portanto, para evitar repetições desnecessárias, consulte novamente (caso haja necessidade) a citação de número 9.
"Tem sido frequentemente afirmado que, durante Seu próprio ministério, o nosso Salvador encorajou Seus discípulos a violar o sábado, e assim, preparou o caminho para a sua abolição. No entanto, esta teoria é tão destituída de fundamento quanto perigosa aos princípios morais. (...) Jesus nunca transgrediu nem a letra ou o espírito de qualquer mandamento pertencente ao santo descanso; mas a superstição tinha acrescentado à lei escrita uma multidão de minuciosas observâncias; e cada israelita estava em perfeita liberdade para negligenciar qualquer uma ou todas essas regulamentações frívolas.
O Grande Mestre nunca insinuou que o sábado era uma lei cerimonial que findou com a liturgia mosaica. Ele foi instituído quando nossos primeiros pais estavam no paraíso (Gênesis 2:3); e o preceito que ordena a sua lembrança, sendo uma parte do Decálogo (Êxodo 20:1-17), é de obrigação perpétua. Por isso, em vez de considerá-lo como uma simples instituição judaica, Cristo declara que ele 'foi feito para o homem' (Marcos 2:27), ou, em outras palavras, que ele foi planejado para o benefício de toda a família humana.
(...) Quando Ele anunciou as calamidades relacionadas com a ruína da cidade santa, Ele instruiu Seus seguidores a orar para que a urgência da catástrofe não os despojassem do bem-estar da ordenança sagrada de descanso. 'Rogai', disse Ele, 'que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado' (Mateus 24:20). E o profeta Isaías(h), ao descrever a congregação dos gentios e a glória da igreja nos tempos do evangelho, menciona a guarda do sábado como característica dos filhos de Deus."27
"O sábado é uma parte do Decálogo, os Dez Mandamentos. Isso por si só, sempre resolve a questão da perpetuidade da instituição. (...) Sendo assim, até que seja demonstrado que toda a lei Moral fora revogada, o sábado permanecerá. (...) O ensinamento de Cristo confirma a perpetuidade do sábado."28
"A história do sábado, a partir da ressurreição de Cristo até o presente momento, apresenta as seguintes fases:1. A mudança do dia a ser observado, do último dia da semana para o primeiro. Não há nenhum registro expresso autorizando esta mudança. (...) A primeira fase abrange os três primeiros séculos da era cristã. Durante este tempo, o sábado foi observado com um bom grau de rigor, como um dia de ensino religioso e de culto. (...) 2. Com a crescente corrupção religiosa, entre os séculos terceiro e décimo sexto, o sábado chegou a ser gradualmente associado com os dias dos santos(i), e foi desfigurado, como atualmente, em países onde o romanismo prevaleceu. (...) No entanto, onde o evangelho foi pregado em sua pureza, nesse lugar o sábado foi absolutamente observado."29




b. Acesse: O "dia do Senhor"
f. Discorrendo sobre Colossenses 2:16.
g. Citando Isaías 45:9 cf. Isaías 40:22.
h. Em referência a Isaías 56:6-8.
i. O sábado passou a ser destinado, pelos cristãos apóstatas, para comemorar (festejar) homens e mulheres que eram considerados santos pela igreja Católica Apostólica Romana.
1The Clifton Tracts, 1856, vol. IV, art. IV (Why Don't You Keep Holy the Sabbath Day?), New York: Edward Dunigan & Brother, p. 11-15; (sancionado pelo bispo de Clifton, cardeal Wiseman e, aprovado pelo Rev. John Hughes, arcebispo de Nova Iorque).
2Catecismo da Igreja Católica Apostólica Romana, parte II, seção I, capítulo II, artigo I; Ibidem, parte II, seção II, capítulo I, artigo III.
3. HEBER, R. (1828). The Whole Works of the Right Rev. Jeremy Taylor, vol. XII, London: Printed by Thomas Davison, book II, chap. II, p. 417, 426.
4. "The Christian Sabbath". (1836). The Church of England Magazine, vol. I, London: Printed by Robson, p. 17-19.
5. RICHARDS, L. O. (2008). Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento, 3.ª ed., Rio de Janeiro: CPAD, p. 150b.
6Bíblia de Estudos Aplicação Pessoal. (2004). Rio de Janeiro: CPAD, p. 7; (comentários sobre Gênesis 2:3).
7Bíblia de Estudo Pentecostal. (2002). Rio de Janeiro: CPAD, comentários sobre Gênesis 2:3.
8. RICHARDS, L. O. Opcit., p. 514b.
9The 1677/89 London Baptist Confession of Faith, chap. XXII, art. VII; (Of Religious Worship, and the Sabbath Day).
10. Edward T. Hiscox, New York Examiner, Nov. 16, 1893. Quoted in: REINER, E. (2001). The Atonement, Brushton, NY: Teach Services, Inc., p. 170-171.
11. STRONG, A. H. (1907). Systematic Theology, vol. II, Philadelphia: American Baptist Publication Society, chap. IV, sec. I, p. 408-409.
12. DWIGHT, T. (1836). Theology: Explained and Defended in a Series of Sermons, vol. III, New Haven: Published by T. Dwight & Son, ser. CVIII, p. 265, 267.
13Ibidem, p. 270; (cf. Isaías 56:1-8, Isaías 58:13-14, Isaías 66:22-23).
14. FOWLER, O. (1835). Mode and Subjects of Baptism, Boston: Published by Willian Peirce, p. 93; (publicado a pedido da igreja Congregacional).
15. DALE, R. W. (1901). The Ten Commandments, New York: Geoge H. Doran Company, p. 100-101.
16. CAMPBELL, A. (1835). The Christian Baptist, vol. I, 2.ª ed., Cincinnati: Published by D. S. Burnet, p. 44b; (seven volumes in one).
17. SCOTT, W. (1859). The Messiahship, Cincinnati: H. S. Bosworth, chap. XXIX, p. 164.
18. CAMPBELL, A.; PENDLETON, W. K. (1863). The Millennial Harbinger, series V, vol. VI, Bethany, VA: Printed and Published by Alexander Campbell, p. 159. Too in: Alexander Campbell, First Day Observance, p. 19; (quoted in: HULLQUIST, C. G. (2004). Sabbath Diagnosis: A Diagnostic History and Physical Examination of the Biblical Day of Rest, New York: Teach Services, Inc., p. 175).
19The Augsburg Confession. (1530). Part. II, article XXVIII (Of Ecclesiastical Power). Too in: JACOBS, H. E. (1911). The Book of Concord: The Symbolical Books on the Evangelical Lutheran Church, Philadelphia: The United Lutheran Press, p. 63; SCHAff, P. (1877). The Creeds of Christendom, New York: Harper & Brothers, vol. III, 4.ª ed., p. 63-64.
20. MUELLER, J. T. Sabbath or Sunday, St. Louis, MO: Concordia Publishing House, p. 15-16. Quoted in: ALEXANDER, D. (2011). Hold On, Someone is on the Other Line!, USA: Xlibris Co., p. 240; BUCKLEY, J. W. (2007). Prophecy Unveiled: Understanding the Past Predicting the Future, USA: Xulon Press, p. 118.
21. COLE, H. (1858). The Creation: A Commentary on the First Five Chapters of the Book of Genesis by Martin Luther, Edinburgh: T. & T. Clark, p. 110-115; (originalmente publicado em Wittenberg, 1544).
22. CLARKE, A. (1831). The New Testament of our Lord and Saviour Jesus Christ, vol. II, New York: Published by Peter C. Smith, chap. II, p. 539a.
23. EMORY, J. (1856). The Works of the Rev. John Wesley, vol. VI, New York: Published by Carlton & Porter, p. 352-353; (terceira edição americana, baseada na última edição londrina, contendo as últimas correções de John Wesley).
24. BINNEY, A. (1840). A Theological Compend: A System of Divinity, New York: Carlton & Porter, p. 105; (Rev. Amos Binney, of the New England Conference).
25. BINNEY, A. (1902). A Theological Compend, p. 180-181. Quoted in: HULLQUIST, C. GARY. Opcit., p. 178; LAUREN, P. (2011). Returning to God, Pittsburgs, PA: Dorrance Publishing, p. 64.
26The Westminster Confession of Faith, chap. XXI, art. VII (Of Religious Worship, and the Sabbath Day).
27. KILLEN, W. D. (1859). The Ancient Church: History, Doctrine, Worship and Constitution, Traced for the First Three Hundred Years, London: James Nisbet & Co, sec. III, chap. I, p. 211-212.
28. BLAKE, T. C. (1880). Theology Condensed, Nashville: Cumberland Presbyterian Pub. House, p. 474-475. Quoted in: FORTSCH, C. R. (2006). Daniel: Understanding the Dreams and Vision, Canada: Transcontinental Saskatoon, p. 365a; PACK, D. C. (2009). Saturday or Sunday: Which is the Sabbath?, USA: iUniverse, p. 12.
29. RICE, N. L., et al. (1863). The Christian Sabbath: History, Authority, Duties, Benefits and Civil Relations, New York: Robert Carter & Brothers, p. 60, 65-66; ("The Origen and History of the Sabbath", by the Rev. Nathan Lewis Rice).

sábado, 11 de janeiro de 2014

Do Sábado para o Domingo


A transgressão da lei de Deus no início foi a porta de entrada para o pecado neste mundo e, ainda hoje, milhões continuam pisando os preceitos divinos.1 A substituição do sábado pelo domingo não é um assunto que a igreja de Roma (igreja Católica Apostólica Romana) negue ou tencione esconder; pelo contrário, ela admite francamente e aponta na verdade com orgulho, como evidência de seu "poder" para alterar o quarto mandamento. Existe vários registros literários pertencentes à ela que confirmam esta modificação.

Na obra do Rev. Peter Geiermann, "The Convert's Catechism of Catholic Doctrine",2 que recebeu em 25 de janeiro de 1919 a bênção do Papa Pio X, extrai-se:
Pergunta: Qual é o dia de repouso?
Resposta: O dia de repouso é o sábado.
Pergunta: Por que observamos o domingo em lugar do sábado?
Resposta: Observamos o domingo em lugar do sábado porque a igreja Católica transferiu a solenidade do sábado para domingo.
Pergunta: Por que a igreja Católica substituiu o sábado pelo domingo?
Resposta: A igreja substituiu o sábado pelo domingo, porque Cristo ressuscitou dos mortos num domingo, e o Espírito Santo desceu sobre os apóstolos em um domingo.
Pergunta: Com que autoridade a igreja substituiu o sábado pelo domingo?
Resposta: A igreja substituiu o sábado pelo domingo pela plenitude do poder divino, que Jesus Cristo conferiu a ela.
O arcebispo de Nova Iorque, John McCloskey, aprovou a obra "A Doctrinal Catechism"3 de autoria do Rev. Stephen Keenan na qual se obtém o seguinte:
Pergunta: A igreja tem o direito de determinar dias de festa?
Resposta: A igreja cristã tem certamente o direito, o mesmo que a igreja judaica possuía.
(...)
Pergunta: Você tem outra maneira de provar que a igreja tem o poder de instituir festas mediante preceito?
Resposta: Se ela não tivesse esse poder, não teria feito aquilo que todas as modernas religiões concordam com ela: - ela não teria substituído a observância do sábado, o sétimo dia, pela observância do domingo, o primeiro dia da semana; mudança para a qual não há autoridade escriturística.
E, o Rev. Henry Turberville4 endossa as declarações do Rev. Stephen Keenan, respondendo:
Pergunta: Como podeis provar que a igreja tem poder para ordenar festas e dias santos?
Resposta: Pelo próprio fato de mudar o sábado para o domingo, com que os protestantes concordam; e dessa forma eles ingenuamente se contradizem, ao guardarem estritamente o domingo e transgredirem outras festas determinadas pela mesma igreja.
O arcebispo James Gibbons confirma, também, que a igreja de Roma é a autora da observância dominical adotada pelo cristianismo:
"Todavia podeis ler a Bíblia de Gênesis ao Apocalipse, e não encontrareis uma única linha autorizando a santificação do domingo. As Escrituras ordenam a observância religiosa do sábado, dia que nós nunca santificamos."5 "A igreja Católica, a mais de mil anos antes da existência de um único protestante, em virtude de sua divina missão, mudou o dia de sábado para o domingo. (...) O descanso cristão neste dia é, por consequência, o reconhecimento da igreja Católica como esposa do Espírito Santo, sem uma palavra divergente do mundo protestante."6
O apologista francês, monsenhor Ségur, interpõe o protestantismo quanto a guarda do domingo dizendo:
"Foi a igreja Católica que, por autorização de Jesus Cristo, transferiu este repouso para o domingo em memória da ressurreição de nosso Senhor. Dessa forma, a observância do domingo pelos protestantes é uma homenagem que eles prestam, contradizendo-se a si próprios, a autoridade da igreja."7
O periódico "The Catholic Press of Sydney",8 (Australian, 25 of august of 1900), declara:
"O domingo é uma instituição católica e a reivindicação à sua observância só pode ser defendida nos princípios católicos. (...) Do princípio ao fim das Escrituras não há uma única passagem que autorize a transferência do culto público semanal do último dia da semana para o primeiro."
Tomás de Aquino (Thomas Aquinas) foi um padre dominicano, teólogo e cognominado Doctor Communis ou Doctor Angelicus. Comentando sobre a mudança do sábado para o domingo, ele afirma:
"Na nova lei, a observância do dia do Senhor(a) tomou o lugar da observância do sábado não em virtude de preceito, mas pela instituição da igreja e pelo costume do povo cristão."9
Eusébio, que foi bispo de Cesarea, ratifica a declaração de Tomás de Aquino, revelando:
"Todas as coisas que era dever fazer no sábado, estas nós as transferimos para o dia do Senhor(b), como o mais apropriado para isso, este [domingo] é o principal na semana, é mais honroso que o sábado judaico."10
Gaspare de Fosso, arcebispo de Reggio, por ocasião do concílio de Trento fez a seguinte afirmativa:
"(...) O sábado, o mais glorioso dia da lei, foi modificado para o 'dia do Senhor'(c). (...) Estes e outros assuntos similares não cessaram em virtude dos ensinamentos de Cristo (pois Ele declarou que não veio para destruir a lei e sim para cumpri-la), mas foram modificados pela autoridade da igreja."11
Karl Keating, apologético católico, defende o catolicismo e ataca o protestantismo declarando:
"Não obstante, os fundamentalistas se reúnem para adoração no domingo. Contudo, não existe evidência na Bíblia de que a adoração coletiva deveria ser feita aos domingos. (...) Foi a igreja Católica que decidiu que o domingo seria o dia de adoração para os cristãos, em homenagem à ressurreição [de Jesus]."12
O teólogo e historiador católico, John Laux, acrescenta ainda:
"Alguns teólogos têm sustentado que Deus determinou precisamente o domingo como dia de adoração na 'nova lei', e que Ele mesmo, explicitamente, substituiu o sábado pelo domingo. Entretanto, esta é uma teoria totalmente desacreditada. Agora, é comumente aceito que Deus simplesmente concedeu à sua igreja [Católica] o poder para dispor qualquer dia ou dias que achar apropriado como dias santos. A igreja [Católica] escolheu o domingo, o primeiro dia da semana, e no decorrer do tempo acrescentou outros dias como santos. (...) Se consultarmos a Bíblia unicamente, ainda deveremos guardar o santo dia de Descanso, que é o sábado."13
A "Enciclopédia Católica" também esclarece a autoria da guarda do domingo entre os cristãos:
"Escrito pelo dedo de Deus em duas tábuas de pedra, este código divino foi recebido do Todo-Poderoso por Moisés entre os trovões sobre o monte Sinai, e através dele se fez o fundamento da lei mosaica. Cristo resumiu estes mandamentos no duplo preceito da bondade - amor a Deus e ao próximo. (...) A igreja [Católica], por outro lado, depois de mudar o dia de Descanso do sábado judaico, ou sétimo dia da semana, para o primeiro, criou o terceiro mandamento referente ao domingo, como o dia para ser santificado como o dia do Senhor."14
O reverendo católico John Anthony O'Brien, professor de teologia (especialista em teologia moral e ética cristã), assim expõe a relação do protestante com a observância dominical:
"Todavia, visto que o sábado, não o domingo, é especificado na Bíblia, não é curioso que os não-católicos que professam obter sua religião diretamente da Bíblia e não da igreja, observem o domingo em lugar do sábado? Sim, certamente, isto é inconsistente. (...) Eles mantêm o costume [de observar o domingo], apesar dele repousar sobre a autoridade da igreja Católica e não sobre um texto explícito da Bíblia. Esta observância permanece como uma lembrança da igreja Mãe da qual as seitas não-católicas se separaram - tal como um garoto que foge de casa mas ainda carrega em seu bolso uma fotografia da mãe ou uma mecha de seu cabelo."15
Lutero dizia que as Sagradas Escrituras e não a tradição da igreja Católica, representavam o guia de sua vida. Seu lema foi Sola Escriptura (Somente a Bíblia). John Eck, um dos mais destacados defensores da fé católica romana, atacou Lutero neste ponto reivindicando que a autoridade da igreja de Roma encontrava-se acima das Escrituras. Ele desafiou Lutero no tocante à observância do domingo em lugar do sábado dizendo:
"As Escrituras ensinam: 'Lembra-te do dia de sábado para o santificar; seis dias trabalharás e farás toda a tua obra, mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus.' Entretanto, a igreja mudou o sábado para o domingo com base em sua própria autoridade, e para isto você [Lutero] não tem Escritura."16
A literatura católica "The Clifton Tracts"17, volume IV, também questiona os protestantes quanto a prática de observar o domingo:
"Vou propor uma pergunta simples e extremamente séria, e rogo a todos os que professam seguir 'a Bíblia e a Bíblia somente' a darem cuidadosa atenção. Ei-la: Por que você não santifica o dia de Descanso?
(...) Você irá me responder, talvez, que santifica o dia de Descanso; visto que você se abstém de todos os negócios do mundo e, diligentemente vai à igreja fazer suas orações, e, lê a sua Bíblia em casa, a cada domingo de sua vida.
Entretanto o domingo não é o dia de Descanso. Domingo é o primeiro dia da semana; o dia de Descanso é o sétimo dia da semana. O onipotente Deus não deu um mandamento na qual os homens deveriam santificar um dia em sete, mas Ele designou Seu próprio dia, e disse claramente: 'Tu santificarás o sétimo dia'; e Ele atribuiu uma razão para a escolha deste dia ao invés dos outros - uma razão que pertence apenas ao sétimo dia da semana, e não pode ser aplicada aos demais. Ele disse: 'Porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou.' O Deus Todo-Poderoso ordenou que todos os homens deveriam descansar de suas atividades no sétimo dia, porque Ele também descansou nesse dia: Ele não descansou no domingo, mas no sábado. (...) O onipotente Deus designou o sábado para ser santificado, não o domingo. Por que você então santifica o domingo, e não o sábado?
(...) Você irá me dizer que o sábado era um descanso judaico, e que o descanso cristão foi mudado para o domingo. Mudado! Mas por quem? Quem tem autoridade para mudar um mandamento expresso do Deus Onipotente? Quando Deus disse: 'Lembra-te do dia de sábado para o santificar', quem ousaria dizer: 'Não, tu podes trabalhar e fazer qualquer tipo de atividade secular no sétimo dia.' Porém, tu santificarás o primeiro dia em seu lugar? Esta é a pergunta mais importante, à qual não sei como poderás responder.

Você é um protestante, afirma seguir a Bíblia e a Bíblia apenas; e neste assunto tão importante, como a observância de um dia em sete, como dia santo, você vai contra a clara letra da Bíblia e considera outro dia no lugar daquele em que ela ordena. O mandamento para santificar o sétimo dia é um dos Dez Mandamentos; você acredita que os outros nove ainda são obrigatórios; quem vos deu autoridade para modificar o quarto? Se você é coerente com os seus próprios princípios, se você realmente segue a Bíblia e a ela unicamente, você deve ser capaz de apresentar alguma parte do Novo Testamento na qual o quarto mandamento foi expressamente alterado. (...)
A atual geração de protestantes guarda o domingo em lugar do sábado, porque o recebeu como parte da religião cristã da geração passada, e esta recebeu da geração anterior, e assim por diante; geração após geração (...) deixou esta parte específica da fé e prática católica intocável. (...) Tanto você [protestante] como nós [católicos], na verdade, seguimos a tradição nesta questão; mas nós a seguimos crendo que faz parte da Palavra de Deus e que a igreja [Católica] tem sido divinamente designada a sua guardiã e intérprete; você a segue, denunciando-a constantemente como uma guia falível e traidora, que frequentemente 'tem invalidado o mandamento de Deus'."



Vídeo relacionado: O Sétimo Dia - Programa 04
abc. Acesse: O "dia do Senhor"
1. TREZZA, C. A. (1970). A Suprema Esperança do Homem, 1.ª ed., São Paulo: CPB, p. 48.
2. GEIERMANN, P. (1995). The Convert's Catechism of Catholic Doctrine, TEACH Services, Inc., p. 50; (Imprimi Potest: Francis J. Fagen, C.SS.R, provincial. Nihil Obstat: M. J. Bresnahan, censor librorum. Imprimatur: Joannes J. Glennon, S.T.D., archiepiscopus).
3. KEENAN, S. (1876). A Doctrinal Catechism, 3.ª ed., New York: Catholic Publishing House, p. 173-174; (Imprimatur: John McCloskey, arcebispo de Nova Iorque. Edição americana revisada e corrigida com base no concílio do Vaticano I).
4. DOYLE, W. J. (1851). An Abridgment of the Christian Doctrine, Dublin: Published by James Duffy, chap. VIII, p. 56; (esta obra foi originalmente escrita pelo Rev. Henry Turberville em 1645, Douay - France, e revisada pelo Rev. James Doyle).
5. GIBBONS, J. (1880). The Faith of Our Fathers: Plain Exposition and Vindication, 16.ª ed., Baltimore: Published by John Murphy & Co., chap. VIII, p. 111; (James Gibbons, arcebispo de Baltimore).
6. James Gibbons, Catholic Mirror, (Sept, 23, 1893), Press: Baltimore, Maryland, p. 29-31.
7. SÉGUR, L. G. (1868). Plain Talk About the Protestantism of To-Day, Boston: Patrick Donahoe, p. 225; (Imprimatur: Joannes Josephus, episcopus of Boston).
8. Quoted in: HAYNES, B. C. (2005). From Sabbath to Sunday, Review and Herald Pub Association, chap. 4, p. 47.
9. Thomas Aquinas. (1702). Summa Theologica, part. II, q. 122, art. 4; (New York: Benzinger Brothers, Inc., 1947).
10. Eusebius's Commentary on the Psalms (Psalm 92: A Psalm or Song for the Sabbath-day). Too in: Migne's Patrologia Graeca, vol. XXIII, col. 1171-1172.
11. Gaspare [Ricciulli] de Fosso, pronunciamento na 17.ª sessão do concílio de Trento (18 de janeiro de 1562). In: MANSI, Sacrorum Conciliorum, vol. 33, cols. 529-530. Quoted in: Nisto Cremos. (2003). 7.ª ed., São Paulo: CPB, cap. 19, p. 347-348; McCLINTOCK, J. (1855). History of the Council of Trent, New York: Harper & Brothers, book, IV, chap. III, p. 298.
12. KEATING, K. (1988). Catholicism and Fundamentalism: The Attack on "Romanism" by "Bible Christians", San Francisco: Ignatius Press, p. 38; (Nihil Obstat: Rev. Msgr. Joseph Pollard, S.T.D., censor librorum.Imprimatur: Most Rev. Roger Mahony, archebishp of Los Angeles).
13. LAUX, J. J. (1936). Course in Religion for Catholic High Schools and Academies, vol. I, New York: Benzinger Brothers Inc., p. 51.
14. "Commandments of God". (1913). The Catholic Encyclopedia, vol. IV, New York: The Encyclopedia Press, Inc., p. 153a; (Nihil Obstat: Remy Lafort, S.T.D., censor. Imprimatur: John Cardinal Farley, archbishop of New York).
15. O'Brien, J. A. (1974). The Faith of Millions: The Credentials of the Catholic Religion, revised edition, Huntington: Our Sunday Visitor Inc., p. 400-401; (Imprimatur: Leo A. Pursley, bishop of Fort Wayne-South Bend).
16. ECK, J. (1979). Enchiridion of Commonplaces Against Luther and Other Enemies of the Church, 2.ª ed., vol. 8, Grand Rapids: Baker, p. 13. Too in: WEBER, M. (2002). Desecration, Danger, Deliverance: What the Bible Really Says About the Rapture, Review and Herald Publishing Association, p. 109. Nisto Cremos. (2003). 7.ª ed., São Paulo: CPB, cap. 19, p. 347.
17The Clifton Tracts, 1856, vol. IV, art. IV (Why Don't You Keep Holy the Sabbath Day?), New York: Edward Dunigan & Brother, p. 3-15; (sancionado pelo bispo de Clifton, cardeal Wiseman e, aprovado pelo Rev. John Hughes, arcebispo de Nova Iorque).