sábado, 27 de setembro de 2014

A Semana Através dos Séculos

Dominguistas e anomianistas(a) alegam que a semana originada na criação foi ao longo do tempo alterada e, portanto, o sétimo dia atualmente conhecido não corresponde ao que Deus estabeleceu no início. Na realidade, o intuito desta insinuação é desqualificar a observância sabática exigida pelo quarto mandamento; os opositores do sábado não estão interessados nas verdades já reveladas sobre este assunto, sequer apresentam algo que comprove alguma alteração na sequência semanal. Mas, estão sempre dispostos a ignorar os fatos bíblicos, os registros históricos e os dados da astronomia(b) que confirmam a integridade cronológica da semana desde a sua origem.

Integridade semanal: fatos bíblicos

Existe a especulação de que a contagem padrão dos sete dias da semana que Deus estabeleceu foi perdida entre o período de Adão e Moisés. Sendo assim, para esta ilusória hipótese, pergunta-se: Por que Deus reafirmou, no monte Sinai, a observância sabática no "sétimo dia de cada semana" tendo como referência o sétimo dia na qual Ele descansou, santificou e abençoou após o término da criação? (Êxodo 20:8-11 cf.Gênesis 2:1-3Hebreus 4:4).

Há uma importante e inseparável dependência entre o sábado e a semana registrada em Gênesis capítulo 1. Se a contagem de tempo deste capítulo houvesse sido realmente perdida, seria incoerente e desonesta a exigência de Deus quanto a guarda do sábado, pois o sétimo dia da semana considerado pelo homem não corresponderia àquele da criação, e isso invalidaria o quarto mandamento. Certamente Deus não iria Se abster em disponibilizar a devida orientação caso houvesse essa divergência, visto que haveria malefícios, dentre eles: o homem ficaria desprovido das bênçãos reservadas no sábado, pois fatalmente ele exerceria suas atividades seculares num dia sagrado (Isaías 56:1-8Isaías 58:13-14Isaías 66:22-23).

Jesus durante a Sua estadia na Terra santificou o Seu santo sábado(c).1 Ou acaso Ele, autor da criação (João 1:1-3João 8:59 cf. Êxodo 3:14) e zeloso pelos mandamentos de Deus (João 14:21João 15:10), manteve um "sábado" desconexo daquele descrito em Gênesis 2:1-3? Ele observou outro dia semanal acreditando que estava santificando o verdadeiro sábado estabelecido no sétimo dia?

As mulheres que acompanharam a crucifixão e o sepultamento de Jesus, prepararam-se numa sexta-feira (sexto dia da semana) para observar o sábado (sétimo dia da semana) conforme o quarto mandamento (Lucas 23:54-56). Lucas teria citado estes dias de forma imprecisa? O Espírito Santo que o orientou em seus escritos estava equivocado? (II Timóteo 3:16-17). Obviamente que não. A Bíblia sempre relaciona o sábado diretamente com o sétimo dia instituído após o término da criação, afirmar que houve extravio na cronologia semanal é automaticamente atribuir às Escrituras idoneidade duvidosa.

Integridade semanal: registros históricos
Publius Cornelius Dolabella (procônsul romano da Síria) enviou uma carta para todos os habitantes de Éfeso, os orientando a conferir aos judeus o direito de dispensa do serviço militar e permissão para seguir seus próprios costumes, como o de reunirem-se para os rituais sagrados de acordo com suas leis.2Posteriormente, outra carta foi enviada reiterando este direito e indicando os motivos: "[...] o sumo sacerdote e etnarca(d) dos judeus, explicou-me que seus concidadãos não podem realizar o serviço militar porque eles não usam armas ou marcham nos dias de sábado; nem podem consumir alimentos regionais que não estão acostumados. Eu, portanto, assim como os governadores que me antecederam, concedo-lhes isenção do serviço militar e permito-lhes que sigam os seus próprios costumes para reunirem-se em seus solenes e santos rituais de acordo com a lei deles e, realizarem ofertas e sacrifícios; é meu desejo que você escreva estas instruções para várias cidades".3 Relato semelhante é demonstrado por outro manuscrito da época, os magistrados da cidade de Laodiceia encaminharam ao procônsul Gaius Rabirius a confirmação quanto a obediência às instruções que concediam o direito aos judeus de observarem o sábado e, praticarem as liturgias presentes em suas antigas leis.4

Sobre esta questão, a Jewish Encyclopedia faz o seguinte comentário: "[...] A observância do sábado foi um dos sinais mais visíveis do judaísmo. Por isso, enquanto no primeiro século cristão o respeito e a tolerância com o dia judaico foram moderadamente demostrados em Roma, até mesmo por cristãos não-judeus, no segundo século, pelo contrário, tornou-se subjugado (Justin Martyr, 'Dial. cum Tryph'. II, § 28). No Oriente, no entanto, menos oposição foi mostrada às instituições judaicas. Ambos, sábado e domingo foram comemorados 'abstendo-se de jejum e da oração em pé' (Rheinwald, 'Archäologie', § 62)".5

Analisando os fatos históricos descritos, aliados a diáspora(e) (especialmente a ocorrida após a destruição de Jerusalém), deveria existir pelo menos algum relato descrevendo a discrepância cronológica entre o sétimo dia considerado pelos judeus e, o sétimo dia da semana definido pelas nações que eles adentraram, uma vez que o calendário judaico não era idêntico ao gentílico. Porém, não há nenhum registro quanto a essa divergência semanal.

O Rev. William Mead Jones, com a cooperação de linguistas de diversas parte do mundo, elaborou um mapa comparativo da semana em 160 idiomas. E todos reconheceram a mesma ordem dos dias da semana e, 108 deles denominaram o sétimo dia, de sábado.6 As enciclopédias, as cronologias seculares e eclesiásticas apontam a mesma sequência semanal, nenhuma delas destaca qualquer contradição cronológica. A "Encyclopaedia Britannica", por exemplo, afirma: "A semana é um período de sete dias, não havendo qualquer referência aos movimentos celestes, uma circunstância a que se deve a sua uniformidade inalterável."7

Thomas Hartwell Horne, que foi teólogo inglês e bibliógrafo, em sua mais conhecida obra literária faz o seguinte comentário:
"Os pagãos tinham uma tradição entre eles a respeito do caos primordial de onde se originou o mundo e, da formação de todas as coisas pela eficiência de uma mente suprema, que possui semelhanças muito próximas ao relato mosaico da criação, o que prova que todos eles [pagãos] provinham da mesma origem; enquanto o notável contraste entre a simplicidade despojada de um [Moisés], e o exagero alegórico dos outros [pagãos], distinguem precisamente a narrativa inspirada, da tradição distorcida. Esta observação aplica-se especialmente as cosmogonias(f)caldeia, egípcia, fenícia, indiana, chinesa, etrusca, gótica, grega e americana.
Uma das confirmações adicionais mais marcantes da história de Moisés sobre a criação, é a utilização geral da divisão do tempo em semanas, que se estende desde os Estados cristãos da Europa até as margens remotas do Hindustão, e prevaleceu igualmente entre os hebreus, egípcios, chineses, gregos, romanos e bárbaros setentrionais; entre nações, algumas das quais tiveram pouco ou nenhum contato com outras, e nem sequer foram conhecidas pelo nome de hebreus.
Deve ser observado, que há uma grande diferença entre a concordância das nações na divisão do tempo em semanas, e a concordância delas por outras divisões periódicas em anos, meses e dias. Estas divisões surgem de causas naturais, assim como ocorrem obviamente em todos os lugares, a saber: as mudanças diurnas e anuais do Sol, e a mudança da Lua. A divisão em semanas, ao contrário, parece perfeitamente arbitrária; consequentemente, sua prevalência em países distantes, e entre nações que não tinham comunicação com outras, permite um forte indício de que ela deve ter sido derivada de uma tradição remota (como a da criação), que nunca foi totalmente apagada da memória dos gentios, e que a antiga tradição tem disseminado pela dispersão da humanidade em diferentes regiões. [...] posteriormente, pessoas dedicadas a idolatria, ou que, como os egípcios, tinham tornado-se proficientes em astronomia, atribuíram aos diferentes dias da semana, os nomes de suas divindades ou de seus planetas."8
O assiriólogo inglês, George Smith, em suas pesquisas arqueológicas no sítio de Nínive (hoje território iraquiano) encontrou tabletes cuneiformes que também comprovam o mesmo ciclo semanal proveniente da criação, atuante no reinado da Assíria: "No ano de 1869, eu descobri entre outras coisas um curioso calendário religioso dos assírios, em que cada mês está dividido em quatro semanas, e os sétimos dias, ou 'sábados', estão marcados como dias em que nenhum trabalho deve ser empreendido. Durante 1870, eu estava envolvido preparando a publicação de meu extenso trabalho sobre a história de Assurbanipal, o qual entreguei os textos cuneiformes, transcrições e traduções dos documentos históricos deste importante reinado".9

Endossando os comentários acima, o teólogo e professor John Jay Butler fez a seguinte declaração: "[...] Aprendemos, igualmente, a partir do testemunho de Filo, Homero, Hesíodo, Josefo, Porfírio e outros escritores antigos, que a divisão do tempo em semanas e a observância do sétimo dia eram comuns às nações da antiguidade. Eles não teriam adotado tal costume dos judeus. De onde, então, teria sido originada, senão pela tradição de sua instituição original no jardim do Éden?".10

Integridade semanal: dados da astronomia
A seguir, declarações de especialistas em astronomia que denunciam, também, a falsa insinuação de que houve extravio na contagem dos dias da semana ao longo do tempo:
"[...] tivemos a oportunidade de investigar os resultados dos trabalhos de especialistas em cronologia, e nunca encontramos um deles que tenha tido a menor dúvida acerca da continuidade do ciclo semanal desde muito tempo antes da era cristã. Não houve mudança em nosso calendário nos séculos passados que tenha afetado de alguma forma o ciclo da semana."11
"Tanto quanto eu saiba, nas várias mudanças do calendário não houve mudanças na ordem dos sete dias da semana, que procede desde os tempos mais remotos. Houve tentativas nas revoluções da França e da Rússia para alterar este ciclo. No Almanaque Náutico de 1931, p. 740, no último parágrafo, um historiador muito instruído, Dr. Fotheringham, afirma(g): 'Quando nos deparamos com a clara evidência, o período de sete dias era contado independentemente do mês e, de fato, de todos os períodos astronômicos. A partir da igreja judaica, passou para a igreja cristã'."12
"A regularidade ininterrupta da sequência das semanas, que têm decorrido sem uma quebra por mais de três mil anos, excita o antagonismo de uma série de pessoas. [...] Alguns destes (judeus, além de muitos cristãos) aceitam a semana como uma instituição divina, que é ilícito alterar; outros, sem estes escrúpulos, ainda percebem que ela é útil para manter a unidade de tempo que, ao contrário de todas as outras, procede de forma absolutamente invariável desde o alvorecer da História. Esta visão encontrou apoio na reunião da União Astronômica Internacional em Roma, em 1922."13
"A instituição da semana é certamente destacada entre os costumes registrados mais antigos da nação judaica. [...] Levada pelos judeus em sua dispersão, adotada pelos astrólogos caldeus para o uso em suas adivinhações, recebido pelo cristianismo e islamismo, esse ciclo [semanal], tão conveniente e igualmente útil para a cronologia, foi adotado em todo o mundo. Seu uso pode ser rastreado por cerca de 3.000 anos, e há muitas razões para acreditar que ele irá durar através dos séculos vindouros, resistindo a loucura da inovação inútil e as investidas dos iconoclastas(h) do presente e do futuro. [...] Muitos acreditam que a semana teve a sua origem a partir das sete estrelas visíveis a olho nu que cruzam o zodíaco celestial. [...] Em contrapartida, o uso mais antigo de uma semana livre(i) e uniforme é encontrada entre os judeus, que tinham apenas um conhecimento limitado dos planetas. A igualdade do número de dias na semana com a dos planetas é puramente acidental, e não é admissível afirmar que o número anterior é derivado deste último."14
Reformas do calendário
Existiu mudanças no calendário, mas nenhuma delas alterou a ordem dos sete dias que compõem a semana. E apesar de tentativas em modificar a sequência semanal, como aquelas proposta pelas revoluções francesa e russa, todavia, não foram adotadas. Adiante serão avaliadas as reformas realmente efetivadas e que tiveram impactos ao modificar a duração de meses e anos.

Calendário romano - reforma juliana
Acredita-se que o primeiro calendário romano foi entregue por Rômulo, e ele tinha o ano composto de 305 dias dividido em 10 meses com início em março. Numa Pompílio, seu sucessor, reformou esse calendário acrescentando dois meses; assim o ano civil passou a ter 355 dias. Posteriormente outras mudanças surgiram.

O antigo calendário romano era impreciso e bastante manipulado para fins políticos. Quando Júlio César assumiu o império de Roma, percebeu que o calendário usado era deficiente, então convocou o astrônomo e matemático Alexandrino Sosígenes para estudar a questão, e ele concluiu que o calendário vigente (fundamentado nos meses lunares) tinha que ser substituído pelo calendário solar egípcio.15 Esta reforma foi realizada em 45 a.C., e a semana que vinha no calendário egípcio era paralela à do calendário judaico. Assim, as mudanças promovidas por Júlio César não alteraram a ordem dos dias da semana. Isso ocorreu antes do nascimento de Cristo. Nos tempos de Jesus e dos apóstolos a semana na Palestina coincidia com a semana dos romanos quanto a ordem dos dias; em ambos os casos (calendários judaico e romano) a sequência semanal era a mesma de Gênesis capítulo 1.

Calendário romano - reforma gregoriana
Porém, os cálculos de Alexandrino Sosígenes havia elevado a duração do ano em 11 minutos 14 segundos e, em meados do século XVI, o efeito cumulativo do erro tinha alterado as datas das estações do ano em aproximadamente 10 dias. A Reforma promovida pelo Papa Gregório XIII, ocorrida em 1582, restaurou o calendário com as datas sazonais de 325 d.C., ajustando deste modo esses 10 dias. A partir de 1582 o calendário juliano foi gradualmente abandonado pelo calendário gregoriano. Mas as igrejas cristãs ortodoxas gregas e russas, por questões óbvias, mantiveram o calendário juliano para o seu ano litúrgico.16

Esta reforma, assim como a reforma juliana, modificou a contagem dos dias e meses, mas deixou intacta a sequência semanal. Ela ocorreu em 04 de outubro de 1582. Após o dia 04 de outubro contou-se o dia 15 (havendo portanto uma subtração de 10 dias). Aquele dia 04 era uma quinta-feira, e o dia 15 considerado a seguir, ocorreu na sexta-feira, permanecendo inalterado o ciclo semanal.

Enquanto a Espanha, Portugal, Itália aceitaram as mudanças em 1582, a Grã-Bretanha e suas colônias adotaram-na somente em setembro de 1752. E como esta correção ocorreu 170 anos depois, era necessário subtrair 11 dias do calendário. A data escolhida para iniciar esta subtração foi o dia 02 de setembro, que deu-se numa quarta-feira, e foi seguido pelo dia 14 que ocorreu na quinta-feira; permanecendo, também neste caso, a ordem cronológica da semanaintacta. Logo abaixo tem-se a transcrição de um trecho dos debates sobre as reformas dos calendários, que ocorreram no Congresso de Washington, D.C. (sessão de 21/01/1929),17 entre os congressistas Sol Bloom, Cyrenus Cole e, William Snyder Eichelberger(j):
Bloom: Não é um fato que as datas foram mudadas, porém nunca os dias [semanais]? V. Exa. sabe de algum tempo na História em que algum calendário a partir do princípio, do remoto calendário egípcio, tenha-se trocado um dia da semana?
Eichelberger: Não; eu não sei.
Bloom: As datas foram mudadas?
Eichelberger: Sim, não há dúvida.
Bloom: V. Exa. pode mudar qualquer data do calendário se desejar, como fez o Papa Gregório, desprezando 10 dias em 1582, e o britânicos 11 dias em seu calendário, instituindo-se assim o calendário sob o qual vivemos. As datas foram trocadas, mas não foi alterado sequer um dia da semana.
Eichelberger: Tanto quanto eu saiba, isto é certo. [...]
Cole: Existe algum fundamento na crença de que o sábado, ou outros dias da semana tenham sucedido em ininterrupta continuidade desde os tempos remotos? Eles podem ter alterado as datas, mas o domingo, a segunda, a terça, a quarta, a quinta, a sexta e o sábado, estes dias [semanais] vieram em sucessão regular desde os tempos antigos até o presente momento como os conhecemos.
Eichelberger: Tanto quanto eu sabia, isto é verídico.
Considerações Finais
Sob os cuidados de Deus, o sábado instituído no sétimo dia da semana ao longo dos tempos, vem sendo preservado dos ataques de Satanás(l). E com esta proteção, o quarto mandamento do Decálogo continua fortemente alicerçado. Os dominguistas e anomianistas que o anulam de suas vidas e, conduzem outros a fazer o mesmo, brevemente prestarão contas por seus atos.18 Resta ainda que eles demonstrem em que momento da História houve a alteração na sequência dos dias da semana. Esta atitude deprimente de tentar desmerecer o sábado de Deus, amplia muito mais o abismo de incertezas que os cercam, pois, além de guardarem um falso dia de descanso (o domingo), não podem afirmar baseados em suas próprias convicções se a observância dominical que defendem, ocorre realmente no primeiro dia da semana.


Vídeo relacionado: O Sétimo Dia - Programa 02
a. Indivíduo que rejeita os padrões de conduta determinados pela lei de Deus; aquele que defende que o comportamento humano não deve estar sujeito as regras de uma lei, sobretudo as divinas.
b. Ramo da ciência que estuda o universo e os corpos celestes com o intuito de esclarecer suas origens e seus movimentos. Diferenciar de astrologia, que trata de questões místicas ao indicar que os astros possuem influência na vida das pessoas, como por exemplo, interferir nas questões psicológicas e físicas.
d. Antigo termo grego utilizado para designar o líder civil das comunidades judaicas.
e. Dispersão da nação judaica pelo mundo.
f. Teorias que ocupam-se em explicar a origem do universo.
g. Essa declaração encontra-se em: "The Calendar", J. K. Fotheringham, (RGO 28/175), London: H.M.S.O. In: The Nautical Almanac, 1929. Reimpresso em:Nautical Almanac (1931), p. 740; (John Knight Fotheringham foi historiador britânico, especialista em cronologia e membro da Royal Astronomical Society).
h. Conceitos ou indivíduos que afrontam crenças estabelecidas; que combatem tradições.
i. Livre da influência de cultos aos astros; livre da astrologia; livre da nomenclatura pagã.
j. Foi astrônomo e astrofísico do observatório naval dos EUA, seu principal trabalho consistiu na elaboração da programação anual do Almanaque Náutico, a "bíblia" de todos os navegantes.
1. Marcos 1:21 cf. Lucas 4:31-32; Lucas 4:16-19; Lucas 6:6-7 cf. Mateus 12:9-14; Marcos 3:1-6.
2. BEN ZEEV, M. P. (1998). Jewish Rights in the Roman World: the greek and roman documents quoted by Josephus Flavius, Tübingen: Mohr Siebeck, p. 139; (Miriam Pucci Ben Zeev, obteve o título de Ph.D. pela Universidade de Jerusalém em 1978 e, atua como professora associada de História Judaica, especificamente sobre o período do Segundo Templo, na University of the Negev em Beersheva, Israel).
3Ibidem, p. 140.
4Ibidem, p. 192-193.
5. "Sabbath and Sunday". (1906). The Jewish Encyclopedia, vol. X, New York: KTAV Publishing House, Inc., p. 604a.
6. "A Chart of the Week" (08-07-1928), Altamont, TN: Published by Trail Guides, p. 1-4.
7. "Calendar". (1910). Encyclopaedia Britannica, 11.ª ed., vol. IV, Cambridge, England: University Press, p. 988a.
8. HORNE, T. H. (1840). An Introduction to the Critical Study and Knowledge of the Holy Scriptures, vol. I, Philadelphia: Published by Joseph Whetham, sec. II, part. I (Testemonies to the Mosaic Account of the Creation of the World), p. 69b.
9. SMITH, G. (1875). Assyrian Discoveries: an account of explorations and discoveries on the site of Nineveh, during 1873 e 1874, New York: Scribner, Armstrong & Co., chap. II, p. 12; (George Smith destacou-se também por encontrar fragmentos que descrevem uma inundação semelhante àquela relatada em Gênesis capítulo 7. Estes fragmentos estão detalhados em sua obra "The Chaldean Account of Genesis" (1876), que tornou-se um best-seller em seu tempo).
10. BUTLER, J. J. (1861). Natural and Revealed Theology: a system of lectures, Dover, N.H.: Freewill Baptist Printing Establishment, lecture 39, p. 396; (John Jay Butler foi ministro batista (graduado na Bowdoin College) e professor de teologia sistemática em: Whitestown Seminary - Whitestown, New York; New Hampton - New Hampshire, N.H.; e, Bates College - Lewiston, Idaho).
11. Declaração feita em 1932 pelo doutor em astronomia, James Robertson (foi diretor do observatório naval de Washington, D.C., e diretor do periódico "Nautical Almanac Office" entre 1929-1939), em resposta a carta de consulta do Pr. Francis David Nichol. A fotocópia dessa carta esta publicada em: NICHOL, F. D. (1952). Answers to Objections, Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, part. II, sec. III (The Sabbath and the Weekly Cycle), p. 560.
12. Carta-resposta encaminhada em 04 de março de 1932 pelo astrônomo britânico Frank Watson Dyson, do Real Observatório de Greenwich (Londres), ao Pr. Francis David Nichol. Frank Dyson forneceu em suas pesquisas informações que comprovavam a teoria de Albert Einstein de que a luz sofria distorção (curvatura) sob um campo gravitacional. A fac-símile dessa carta encontra-se em: NICHOL, F. D. obcit., p. 562.
13. "Our Astronomical Column". In: Nature 127 (6 June 1931), p. 869.
14. SCHIAPARELLI, G. (1905). Astronomy in the Old Testament, Oxford: Clarendon Press, chap. IX, p. 133-135; (Giovanni Virginio Schiaparelli foi astrônomo italiano, trabalhou como observador assistente no Pulkovo Observatory, Rússia e, como diretor no Brera Observatory, Milão. Em sua aposentadoria estudou a astronomia dos antigos hebreus e babilônios, e escreveu a "L'Astronomia nell'Antico Testamento").
15. "Julian calendar". (2010). Encyclopædia Britannica. Chicago: Encyclopædia Britannica.
16Ibidem.
17. "Simplification of the Calendar". In: Congressional Report, p. 68-71; (as audiências foram realizadas pela Comissão de Assuntos Externos da Câmara dos Deputados, conforme o projeto de lei H.I. Res. 334, que convocou uma conferência internacional para a simplificação do calendário. A conferência ocorreu entre 20 de dezembro de 1928 e 21 de janeiro de 1929). Quoted in: NICHOL, F. D. (1947). Reasons For Our Faith, Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, p. 120.
18. Mateus 5:17-20; Mateus 16:27; Isaías 24:4-6 cf. Romanos 8:5-9; Hebreus 4:12-13.


sábado, 20 de setembro de 2014

Bíblia versus Patrística

Deixar as Escrituras Sagradas para escorar-se nos chamados "pais da igreja" (patrística) é, sem dúvida, instruir-se nas cisternas rotas da confusão, da incerteza e da incoerência (Jeremias 2:13Jeremias 17:5). Embora alguns desses homens tenham sido piedosos, os seus escritos não foram guiados pelo Espírito Santo. Ao contrário da Bíblia (II Timóteo 3:16-17), os ensinos dos "pais da igreja" são falíveis, repletos de erros insanáveis e, ainda hoje, promovem inúmeras heresias. Ademais, a literatura patrística possui diversas obras que não indicam os seus respectivos autores, apresentam citações desconhecidas e, foram interpoladas(a) ao longo dos séculos.

Indiferentes por estes fatos, muitos cristãos utilizam o cambaleante acervo patrístico para defender doutrinas que não possuem amparo escriturístico, tais como: batismo de aspersão, jejuns cerimoniais, orações pelos mortos, purgatório, imortalidade da alma e guarda dominical. Sendo esta última, a doutrina mais polêmica e, por haver um maior interesse em defendê-la através das citações de: BarnabéClemente de AlexandriaDidaquêInácioJustinoTertulianoOrígenes de Alexandria e Bardesanes, analisemos os relatos históricos e os escritos destes "pais da igreja" para conhecermos quem foram, em que acreditavam e, o que ensinaram sobre a observância do domingo.

Barnabé

Este personagem é fictício, não há registro histórico sobre ele. "Se existe algum axioma no estudo da Epístola de Barnabé, é que, ao contrário da maioria das testemunhas antigas, o seu autor não foi Barnabé, o companheiro de São Paulo. Na verdade já em 1840, Hefele, contra a sua convicção anterior, escreveu: 'Eu não acredito que possamos ver o Barnabé apostólico nesse homem(b)'".1

Epístola de Barnabé não apresenta o nome de quem a escreveu, a data e o local de sua origem; há apenas a informação de que o seu autor era um professor, mas não consta o que lecionava. Alguns supõem que ela tenha sido escrita em 130 d.C.,2 e que Clemente de Alexandria seja o responsável pela criação de seu título. Outros "pais da igreja" como Eusébio, Jerônimo e Agostinho negam a autoridade da referida epístola e lhe atribuem características apócrifas. E há vários motivos para tal negação, pois ela ensina que:
"'Não comerás a hiena' [...] porque este animal muda de sexo todos os anos, tornando-se ora macho, ora fêmea. EIe [Deus] odiou também a 'doninha' [...]. De fato, este animal concebe pela boca. [...] 'Comei de todo animal que tem o casco fendido e que rumina' [...]. O que significa o 'casco fendido'? É que o justo caminha neste mundo e espera o mundo santo."3
Além destas bizarras declarações, ela expõe outras insanas ideias, tais como: os judeus são incapazes de entender o Velho Testamento; as orientações alimentares de Levítico capítulo 11 são simbólicas e partiram de Moisés, não de Deus, e que Davi acreditava também nessa simbologia; Abraão conhecia o alfabeto grego séculos antes que tal alfabeto existisse; e, apresenta uma delirante relação entre circuncisão e a cruz.4

O imaginário Barnabé, movido pela ressurreição de Jesus, criou ainda o "oitavo dia semanal"! E esta estapafúrdia ideia tornou-se referência para os defensores da observância dominical, que utilizam o seguinte trecho de sua epístola: "[...] observamos o oitavo dia com regozijo, o dia também em que Jesus levantou-Se dentre os mortos". Através desta declaração, alega-se veementemente que a igreja primitiva tinha o domingo como dia de descanso; argumento desmentido pelo próprio capítulo de onde o trecho em pauta foi retirado:
"[...] O sábado é mencionado no princípio da criação. [...] Portanto, meus filhos, em seis dias, ou seja, em seis mil anos, todas as coisas se findarão. 'E Ele repousou no sétimo dia'. Isso significa que quando o Seu Filho vier [...] então Ele verdadeiramente descansará no sétimo dia. Ademais, Ele declara: 'Santificá-lo-eis com mãos santas e um puro coração'. Se, portanto, qualquer um puder agora santificar o dia que Deus santificou, exceto que seja puro de coração em todas as coisas, serás iludido. [...] Então seremos capazes de santificá-lo, tendo primeiro santificado a nós próprios. [...] Portanto, também observamos o oitavo dia com regozijo, o dia também em que Jesus levantou-Se dentre os mortos. E quando Se manifestou, subiu aos céus."5
O texto acima, de onde os observadores do domingo retiram e isolam o trecho anteriormente mencionado, não declara que os primeiros cristãos observavam o domingo por orientação de Jesus ou de Seus apóstolos, mas, reconhece a santificação do sábado e orienta àquele que "puder agora santificar o dia que Deus santificou" que seja de "puro coração". Diz ainda que a santidade do sábado não permiti que o homem observe este dia como Deus requer, porém, isso será possível quando Cristo retornar. Quanto à esta última afirmativa, além de contraditória, ela caracteriza Deus de injusto ao exigir obediência a um mandamento "impossível" de ser seguido pelo homem (cf. Deuteronômio 30:11-14Neemias 9:13-14). Então, diante das coisas que foram expostas, pergunta-se: É esse o "Barnabé" citado orgulhosamente como referência doutrinária?

Clemente de Alexandria
Quase nada sabe-se sobre a vida deste patrístico, mas presume-se que tenha nascido em 150 d.C. e seja filho de pais gregos; a circunstância de sua conversão ao cristianismo também é desconhecida.6 Possuidor de um conhecimento singular do paganismo, demonstrado em seus escritos, ele é apontado como tendo sido praticante de liturgias pagãs.

Clemente de Alexandria, assim como o desconhecido "Barnabé", afirmou que as orientações alimentares de Levítico capítulo 11 são simbólicas e, tratou o assunto de maneira confusa e incoerente. Por exemplo, ele acreditava que a distinção entre animais próprios e impróprios para o consumo representava as diferenças entre igreja, judeus e ateus.7 O seu envolvimento com os ensinos pagãos o direcionou ainda a seguinte conclusão: "Se, então, o Senhor [Jesus] desceu ao Hades(c) foi com uma única finalidade, pregar o evangelho".8

Philip Schaff e Johann Jakob Herzog declaram que Clemente era inapto para discernir entre o bem e o mal, e destacam que suas obras são difíceis de serem traduzidas devido as inúmeras alterações e abundantes anotações feitas por terceiros. Schaff ressalta ainda que as "citações de Clemente relativas à Escritura são feitas a partir da versão Septuaginta, frequentemente inexatas, às vezes a partir de um texto diferente do que possuímos, muitas vezes com adaptações verbais, e não raramente textos diferentes são misturados".9

Clemente acreditava que Platão era profeta, que a Septuaginta e a Sibila(d) eram escritos inspirados pelo Espírito Santo,10 e, atribuía ao profeta Jeremias a autoria do livro apócrifo Baruque.11 "Entre os Pais da Igreja os apócrifos eram de uso comum desde os primeiros momentos. [...] Clemente de Alexandria cita Eclesiástico, muitas vezes com a fórmula 'Escritura', 'Sagrada Escritura', 'Dizeres de Sabedoria', e não com tanta frequência, mas com as mesmas fórmulas, Sabedoria de Salomão, Baruque, e Tobias. Abundantes exemplos da mesma prática provém de Hipólito, Cipriano e outros".12

Mas, centralizando na questão do domingo, muitos afirmam que Clemente refere-se a observância dominical na seguinte citação: "Ele [o homem], em cumprimento do preceito, de acordo com o evangelho, guarda o dia do Senhor, quando abandona uma má disposição, e assume aquela dos gnósticos, glorificando a ressurreição do Senhor em si mesmo."13 Nesta declaração, Clemente não diz que o sábado foi substituído pelo domingo com a ressurreição de Cristo, também não diz que a igreja cristã o tinha como dia de descanso. E mesmo que estivesse insinuando tal afronta ao quarto mandamento do Decálogo, restou-lhe revelar: em que parte dos Evangelhos é ensinado essa mudança; o preceito que orienta observar o domingo e, qual o verso bíblico que classifica o "primeiro dia da semana" (domingo) como sendo o "dia do Senhor"(e). Deste modo, resta aos seus seguidores atuais apresentarem tais referências bíblicas.

Na citação em pauta, Clemente refere-se ao "festival da ressurreição" que era celebrado no "primeiro dia da semana", porém, não era (em sua época) dia de descanso, visto que após essa festividade os participantes retornavam às suas ocupações seculares. E esta atitude com o transcorrer do tempo incentivou a observância oficial do domingo(f), sem, contudo, amparar-se em qualquer parte da Bíblia. A respeito disso, Albert Pittman declarou: "Primitivamente reuniam-se no domingo de manhã não porque o domingo era um dia de feriado, mas sim um dia de trabalho normal como os demais. [...] Cantavam um hino a Cristo, ligavam-se por um voto de companheirismo, partilhavam uma merenda religiosa e, em seguida, retornavam ao seu trabalho, para os labores da semana."14

Didaquê
Cinco citações são atribuídas ingenuamente à Didaquê como sendo indicativos da observância dominical pela igreja primitiva. No entanto, somente uma citação lhe pertence (justamente a mais utilizada pelos opositores do sábado), e ela não prova que a guarda do domingo era praticada pela igreja no primeiro século. As demais provém da obra "Constituições Apostólicas", outra literatura apócrifa modificada e de data incerta quanto à sua redação (opiniões variam entre 250 a 350 d.C.); a propósito, ela faz diversas recomendações para que o sábado seja observado.15

Didaquê, possivelmente escrita no Egito ou na Síria, contém manipulações de terceiros que agravam ainda mais os seus falsos ensinos, prática comum na literatura patrística.16 Tais mudanças ocorreram com o objetivo de atender aos interesses da igreja apostatada. Não obstante, volvemo-nos a avaliar a única citação realmente vinda da Didaquê comparando-a com a sua versão alterada (uma falsa tradução idealizada para provar que os primeiros cristãos guardavam o domingo):
Texto original: "Κατὰ Κυριακὴν δὲ κυρίου συναχθέντες κλάσατε ἄρτον καὶ εὐχαριστήσατε προεξομολογησάμενοι τὰ παραπτώματα ὑμῶν [...]"17
Texto original (tradução): "Conforme o Senhor, reúnam-se para partir o pão e agradecer, depois de ter confessado os seus pecados [...]"
Texto alterado (falsa tradução): "Mas todo dia do Senhor, reuni-vos, e parti o pão e dai graças após haverdes confessado as vossas transgressões [...]"
No texto original não existe a palavra "dia", que usualmente no idioma grego é "ημερα" (hemera). E a preposição grega "kατὰ", que significa: "em direção a"; "de acordo com"; "segundo"; "conforme", nunca representou o termo "mas todo", como é grosseiramente divulgado no texto alterado. Traduzir a expressão "kατὰ κυριακὴν" ("conforme o Senhor") como equivalente a, "mas todo dia do Senhor", demonstra nitidamente fraude. E irresponsabilidade por parte daqueles que se valem de tal artifício por conveniência doutrinária.

Inácio
A Bíblia ensina que devemos nos direcionar unicamente a Deus, mediante a fé em Jesus, nosso único intercessor e exemplo de vida; padrões humanos e suas concepções filosóficas são condenáveis.18 Ignorando esta orientação bíblica, Inácio considerava o bispo de Roma como se fosse o próprio Deus(g) e condenava aqueles que agissem contra as suas convicções.

E não satisfeito com tais atitudes ele ainda alegrava-se com a morte dos ímpios, enquanto Deus declara: "Acaso, tenho Eu prazer na morte do perverso? [...] não tenho prazer na morte de ninguém, diz o Senhor Deus. Portanto, convertei-vos e vivei." (Ezequiel 18:23-32 RA cf. Ezequiel 33:11). Além de seu júbilo macabro e veneração pelo bispo de Roma, Inácio ensinava que a ausência de jejum no sábado ou no domingo tornava a pessoa assassina de Cristo.19 Ele defendia também a transubstanciação e considerava herege quem admitia apenas o simbolismo da santa ceia.20 Adiante alguns trechos das cartas de Inácio que revelam seus pensamentos e ensinos:
"É manifesto, portanto, que devemos olhar para o bispo como nos dirigindo ao próprio Senhor."21 "Todos os que são de Deus e Jesus Cristo, também estão com o bispo."22 "É satisfatório reverenciar tanto a Deus como o bispo. Aquele que honra o bispo foi honrado por Deus, aquele que faz alguma coisa sem o conhecimento do bispo, na realidade serve ao diabo."23 "[...] a destruição do ímpio é repentina, e objeto de júbilo."24
Aqueles que se baseiam em Inácio para sustentar doutrina(s), costumam lhe atribuir autoria de 15 cartas, mas comprovou-se que oito delas são falsas e as demais possuem trechos duvidosos. Sobre isso a Enciclopédia Britânica declara:
"É opinião universal dos críticos que as primeiras oito dessas pretensas cartas de Inácio são espúrias. Trazem em si provas indubitáveis de serem produtos de uma época posterior àquela em que Inácio viveu. [...] Por unanimidade são hoje postas à parte como falsificações. [...] alguns vão a ponto de negar que tenhamos qualquer escrito autêntico de Inácio, enquanto outros, embora admitindo as sete cartas mais curtas como provavelmente sendo dele, ainda duvidam muito de que estas estejam livres de intercalações."25

"Os centuriators de Magdeburg expressaram gravíssimas dúvidas quanto às suas autenticidades, e Calvino declarou que: 'nada era mais desonesto do que os contos de fadas publicados sob o nome de Inácio!'. Importa relatar, contudo, que o erudito católico romano, Denys Petau (Petavius), admitiu que as cartas foram interpoladas, enquanto o protestante Vedelius reconheceu as sete cartas mencionadas por Eusébio."26

"Policarpo fez uma coleção de cartas de Inácio e a enviou para a igreja de Filipos, assim como ele foi solicitado pelos filipenses. A coleção aparentemente continha algumas, senão todas, as sete cartas que eram conhecidas por Eusébio e são geralmente consideradas genuínas. [...] No século IV estas cartas foram corrompidas por intensas inserções de um interpolador, e a coleção foi aumentada em seis cartas forjadas sob o nome de Inácio."27
Philip Schaff participa desta questão dizendo: "Igualmente notável é a circunstância, que esses documentos mais antigos da hierarquia logo se tornaram tão interpolados, reduzidos e mutilados através de fraude religiosa, que hoje é quase impossível descobrir com certeza o genuíno Inácio da História ou o pseudo Inácio da tradição."28

Portanto, esses são os recursos literários utilizados pelos opositores do sábado, tais indivíduos alicerçam suas crenças na patrística e inevitavelmente compartilham de suas heresias e falsificações. A citação de Inácio (mutilada e interpolada) mais popular entre os defensores do domingo tornou-se exemplo clássico das alterações nos escritos patrísticos. Vejamos:
Texto original: "[...] μηκέτι σαββατίζοντες ἀλλὰ κατὰ κυριακὴν ζωὴν ζῶντες [...]"29
Texto original (tradução): "[...] não mais sabatizando, mas conforme a vida do Senhor, vivendo [...]"
Texto mutilado: "[...] μηκέτι σαββατίζοντες ἀλλὰ κατὰ κυριακὴν ???? ζῶντες [...]"
Texto interpolado: "[...] μηκέτι σαββατίζοντες ἀλλὰ κατὰ κυριακὴν ημερα ζῶντες [...]"
Texto interpolado e sua falsa tradução: "[...] não mais observando o sábado, mas vivendo na observância do dia do Senhor [...]"
A palavra grega "ζωὴν" (vida) foi propositalmente retirada do texto original durante a sua transcrição e, em seguida, foi acrescentada a palavra "ημερα" (dia). Soma-se a isso, a capciosa e falsa tradução do texto interpolado, pois nem ele e tampouco o texto original apresentam algo que corresponda a flexão verbal "observando" e ao substantivo "observância"; além disso, a palavra "σαββατίζοντες" que significa sabatizando, refere-se a maneira como os fanáticos(h) judeus observavam o sábado (o patrístico Orígenes de Alexandria comenta esta questão; ver adiante). No idioma grego a palavra correspondente para sábado é "σαββατων" (sabbaton), jamais foi "σαββατίζοντες" (sabbatizontes).

Os bispos Lightfoot e Lake, co-participantes dessa fraude, reeditaram o texto da seguinte maneira: "não vivendo mais para o sábado, mas para o dia do Senhor". De qualquer forma, em ambos os casos, a adição da palavra "dia" destoa por completo do contexto porque não se vive "conforme um dia", mas sim de acordo com um princípio, um exemplo, uma orientação de vida. E segundo o original a recomendação é para que se viva "conforme a vida do Senhor". A "Epistle to the Magnesians" (fonte do texto em análise) possui várias interpolações realizadas entre 300-400 d.C., e algumas alteraram o capítulo IX para tornar o domingo um dia de culto.30 Apesar de todos esses artifícios fraudulentos, as cópias ainda mantém a indicação do sábado como dia de guarda e, do domingo como um festival da ressurreição:
"Mas que todos vós guardeis o sábado segundo um modo espiritual, regozijando-vos em meditação sobre a lei, não em relaxamento do corpo, admirando a obra de Deus, e não comendo coisas preparadas no dia anterior, nem usando bebidas mornas, e caminhando dentro de um espaço prescrito, nem encontrando deleite em danças e celebrações que em si não fazem sentido. E após a observância do sábado, que todo amigo de Cristo observe o dia do Senhor como um festival, o dia da ressurreição, a rainha e chefe de todos os dias."31
E, para finalizar, o escritor e defensor da observância dominical, William Domville, declara: "Cada um familiarizado com todas essas questões está ciente de que as obras de Inácio foram interpoladas e corrompidas mais do que qualquer outro dos antigos pais; e também que alguns escritos atribuídos a ele são totalmente falsos."32

Justino
Justino era quiliasta(i) e seus escritos foram fortemente influenciados pelas concepções pagãs, especialmente as de origem grega. Ele ensinou as seguintes aberrações: que os demônios são criaturas provenientes da união sexual entre mulheres e anjos,33 e capazes de induzirem o homem ao pecado através de sonhos;34 que o estado de possessão e de loucura (desequilíbrio psicológico) são ocasionados por almas dos mortos;35 que Deus dispôs o Sol para ser adorado;36 que o maná era alimento destinado aos anjos, porém foi concedido posteriormente ao homem.37

Alicerçados também nesse patrístico, os defensores da guarda do domingo utilizam uma declaração de Justino, falsificada, que diz: "Mas o domingo é o dia em que todos temos nossa reunião comum, porque é o primeiro dia da semana, e Jesus Cristo, nosso Salvador, neste mesmo dia ressuscitou da morte [...]".

Ao contrário do falso texto usado pelos dominguistas, Justino nunca chamou de "domingo" (muito menos de "dia do Senhor"), o "dia do deus Sol". No texto original ele usa a nomenclatura da semana astrológica do paganismo para se referir ao dia em que o "festival da ressurreição" era celebrado - o "dia do Sol". E, obviamente, ele menciona o sábado como o "dia de Saturno" (sétimo dia da semana astrológica). O falso texto contem ainda outra fraude, e consiste na justificativa: "porque é o primeiro dia da semana". Esta frase não existe no texto original, ela foi adicionada pelos obscuros defensores do domingo. Justino expressou-se da seguinte maneira:
"No dia designado ao Sol, faz-se uma reunião de todos os que moram nas cidades e nos distritos rurais e se leem as memórias dos apóstolos e os escritos dos profetas. [...] No dia do Sol realizamos uma reunião em conjunto, dia no qual Deus, havendo mudado a obscuridade e a matéria, fez o mundo; e Jesus Cristo, nosso Salvador, ressuscitou dos mortos no mesmo dia. Fora crucificado um dia antes ao [dia] de Saturno e no dia que segue ao de Saturno - o dia do Sol - tendo aparecido aos apóstolos e discípulos ensinou-lhes estas coisas que submetemos à vossa consideração."38
A afirmativa de Justino de que "todos" se reuniam "no dia designado ao Sol" não procede, pois havia cristãos que não relacionavam o "dia do Sol" com o culto ao Deus Criador, e também não se envolviam nas campanhas antijudaicas e nas festividades da ressurreição, que eram os dois principais motivos dessas reuniões(j). Mesmo em Roma, onde a influência pagã era mais acentuada em relação a outros territórios, havia cristãos que não se deixaram envolver pela influência do paganismo (ao contrário da grande maioria), como esclarece os historiadores Sócrates e Sozomen:
"Embora quase todas as igrejas em todo o mundo celebrem os sagrados mistérios no sábado de cada semana, os cristãos de Alexandria e de Roma, em vista de alguma antiga tradição, cessaram de fazer isso."39 "O povo de Constantinopla e de outras cidades, congregam-se tanto no sábado como no dia imediato; costume este que nunca é observado em Roma."40
Os atuais seguidores de Justino, ignoram ainda que a sua citação em pauta faz parte de um documento enviado para o imperador romano Antoninus Pius e seus súditos;41 nele, Justino generaliza o comportamento do povo de Roma quanto às reuniões que ocorriam no "dia do Sol, feriado pagão vigente naquele tempo (século II). Em "Dialogue with Trypho", ele menciona claramente o mitraísmo (religião predominante no império) que tinha como dia de festa o "primeiro dia da semana".42

No império romano, o deus-Sol Mitra era popularmente designado como o Sol Invictus (Sol invencível). Já nos almanaques chineses consta o "dia de Mih" (dia de Mitra), e que se traduz por "dia do senhor". Nas inscrições romanas relacionadas com o mitraísmo ocorrem com certa frequência as expressões: "sancto domino Invicto Mithrae" (santo senhor Mitra Invencível); "domino Soli" (senhor, o Sol); "domino Soli sacrum" (sagrado ao senhor, o Sol); e, "domino Soli sacro" (ao senhor, o Sol sagrado). O imperador Aureliano chegou a proclamar oficialmente o Sol como: "Soli dominus imperii romanus" (Sol, senhor do império romano). A seguir algumas manifestações sobre os fatos apresentados:
"É uma conjectura muito provável, que o dia em que os pagãos em geral consagravam à adoração e honra ao seu deus principal, o Sol, era segundo nossos dados, o primeiro da semana [...]"43
"Os primeiros cristãos [gentios] adotaram os sete dias da semana judaica com os seus dias numerados, mas até o final do século III d.C., esta começou a ceder lugar à semana planetária. [...] O uso dos nomes de planetas pelos cristãos atesta a crescente influência das especulações astrológicas introduzidas por conversos do paganismo. As antigas crenças no poder dos astros sobre os destinos humanos existia nas comunidades cristãs; os corpos celestes não considerados divindades, eram demônios capazes de afetar o destino do homem. [...] E o famoso edito de Constantino, como observamos, definitivamente fixa o dia do Sol entre os feriados religiosos do Estado romano. [...] Assim, gradualmente, uma instituição pagã foi enxertada no cristianismo."44
"A igreja tomou a filosofia pagã e fez dela o escudo da fé contra os pagãos. Ela(l) tomou o dia do Sol dos pagãos e fez dele o domingo cristão."45
"[...] Sessenta e seis anos depois(m), 387 d.C., em outro decreto romano, o dia do Sol é chamado de 'o dia do Senhor'. [...] Em 392 d.C., um decreto romano adicional proibiu nesse dia todas as exibições(n) que pudessem desviar o comparecimento nos mistérios [liturgias] da religião cristã. A legislação dominical do império romano nunca retrocedeu."46
Tertuliano
De personalidade sarcástica, injuriosa e fanática, Tertuliano era considerado extremamente colérico. Se desligou da igreja ortodoxa e aderiu ao montanismo(o); abandonando-o posteriormente, criou a sua própria seita.47 Dentre os "pais da igreja", Tertuliano foi o que reuniu e ensinou mais heresias, tais como: que a "alma"(p) de Cristo e dos patriarcas desceram ao Hades;48 que as mulheres foram "objetos" da concupiscência angelical e que, este desejo sexual dos anjos foi o motivo da rebelião deles contra Deus;49 que os feiticeiros convocam as "almas" dos mortos e, também, de anjos malignos ou demônios para auxiliá-los a interferir e controlar a mente dos homens através de sonhos;50 que os animais curvam-se e oram como as pessoas;51 que o apóstolo Pedro batizou no rio Tiber (conclusão obtida após fazer um paralelo com os batismos de João no rio Jordão), sendo que Pedro nunca esteve em Roma.52

Contudo, deixando à margem essas macabras ideias, vejamos o que Tertuliano escreveu sobre a suposta observância do domingo entre os primeiros cristãos:
"Mas, muitos de vocês, igualmente, às vezes sob o pretexto de adorar os corpos celestes, movem seus lábios na direção ao nascer do Sol. Da mesma forma, se nós dedicarmos o dia do Sol com alegria, a partir de uma razão muito diferente do culto ao Sol, teremos alguma semelhança com aqueles que cultuam no dia de Saturno [...]"53
"Outros, com maior consideração aos bons costumes, isto deve ser admitido, supõem que o Sol é o deus dos cristãos, porque é um fato bem conhecido que rezamos em direção ao leste, ou porque fazemos do dia do Sol um dia de festividade."54
"A questão de ajoelhar-se igualmente na oração, está sujeita a diversidade de costume, pelo fato de alguns poucos se absterem de ajoelhar-se no sábado; uma vez que esta dissensão é particularmente um julgamento das igrejas. [...] Somente no dia da ressurreição do Senhor deviam guardar-se não apenas contra o ajoelhar-se, mas contra todos os gestos de serviço de solicitude, adiando mesmo nossas ocupações para não darmos qualquer lugar ao maligno."55
"[...] fazemos oferendas em homenagem aos nossos falecidos amigos, nos aniversários de suas mortes. [...] o jejum, a adoração no dia [da ressurreição] do Senhor [...]; em todas as ações comuns da vida diária, fazemos na testa o sinal da cruz. Se, para estas e outras regras, vós insistis sobre uma positiva determinação da Escritura, nada encontrareis. A tradição vos será apresentada como originadora destas práticas, o costume as fortaleceu e a fé as pôs em atuação."56
O próprio Tertuliano desmorona as alegações dominguistas sobre a legalidade bíblica da observância dominical. Ele deixa claro que a guarda do "primeiro dia da semana" (comumente conhecido em sua época por "dia do Sol") é de autoria humana e fundamentada no festival da ressurreição; e que nesse dia praticava-se trabalhos seculares normalmente. Ele enfatiza também a existência de cristãos que observavam o sábado descrito no Decálogo. E Eusébio endossa os relatos de Tertuliano quando diz: "Todas as coisas que era dever fazer no sábado, estas nós as transferimos para o dia do Senhor, como o mais apropriado para isso, este [domingo] é o principal na semana, é mais honroso que o sábado judaico".57

Orígenes de Alexandria
Orígenes, patrístico contemporâneo de Tertuliano, estudou e ensinou na escola catequética de Alexandria. Mas, com receio de que a sua atuação como professor também de mulheres pudesse causar algum escândalo aos pagãos ou descrédito em seus ensinos, chegou ao extremo do ascetismo e literalmente pôs em pratica as palavras de Mateus 19:12, mutilando-se. Posteriormente concluiu que sua atitude foi exagerada.58 A respeito das polêmicas questões sobre o sábado, Orígenes exortou que os cristãos evitassem o modo legalista dos judeus de guarda-lo e buscasse o seu verdadeiro propósito, citando inclusive Hebreus 4:9 como referência:
"[...] o que é solenizar o sábado, se não a solenidade do qual o apóstolo [Paulo] diz: 'Assim, ainda resta um descanso', que é a observância do sábado, 'para o povo de Deus?' (Heb. 4:9).
Portanto, deixando para trás a observância judaica do sábado, veremos que espécie de observância sabática não deve haver para o cristão. No dia de sábado, nenhuma imaginável atividade mundana deve ser realizada. Assim, se vocês deixarem de fazer obras seculares e nada mundano realizar, mas estabelecer tempo para trabalhos espirituais, venham à igreja, ouvir às leituras e discussões divinas, pensar sobre as coisas celestiais, mostrar interesse pela esperança futura, manter diante dos olhos o julgamento vindouro, não considerando as coisas presentes e visíveis, mas as coisas invisíveis e futuras. É assim que o cristão observa o sábado."59
Bardesanes
Considerado um dos maiores representantes do gnosticismo sírio, Bardesanes misturou as doutrinas cristãs com os ensinos gnósticos(q); e suas crenças cosmogônicas eram baseadas no paganismo mesopotâmico, para ele a origem do mundo e a existência de Lúcifer não tinham sido obras de Deus.60 Afirmava também que Cristo não possuía corpo real, não padeceu de sofrimentos e negava-Lhe a ressurreição.

Com exceção de fragmentos de sua obra literária "Hinos à Alma", que foram inseridos no livro apócrifo "Atos de São Tomé",61 todos os escritos de Bardesanes se perderam. Muitos desses "hinos" tinham como objetivo popularizar os seus ensinamentos. Mas, a partir dos fragmentos que restaram, semelhanças com o valentinianismo(r) puderam ser estabelecidas.62 E mais uma vez desconsiderando tais coisas comuns à patrística, os oponentes do sábado valem-se desta "cisterna rachada" (Jeremias 2:13) e afirmam sem citar a procedência da citação, que Bardesanes declarou: "Num dia, o primeiro da semana nós nos reunimos em assembléia".

Todavia, independente da veracidade da referida declaração (visto que não há conhecimento de sua fonte), deve ser observado que: ela não demonstra através da Bíblia que o "primeiro dia da semana" seja o dia de descanso semanal instituído para os cristãos; ela não revela base bíblica para classificá-lo como o "dia do Senhor"; e, ela não prova que os primeiros cristãos haviam sido orientados por Cristo e Seus discípulos a tê-lo como substituto do sábado (sétimo dia da semana). O máximo que se poderia especular sobre essa desconhecida reunião é que ela estaria fundamentada nos mesmos motivos anteriormente descritos.

Considerações Finais
Em sua totalidade, os "pais da igreja" confrontam diretamente vários ensinos da Bíblia, e são largamente citados como referência "teológica" por aqueles que desejam fundamentar tradição popular ou crença particular.

A patrística é "testemunha falível de autoridade humana. [...] tradição que a crítica não pode sequer firmar no terreno digno da História. [...] Tradição confusa e contraditória. [...] Pululam, nos anais primitivos da igreja, escritos espúrios ou apócrifos, que revelam a tendência perigosa para a ficção e para as lendas, que degeneraram largamente nas fraudes pias dos tempos medievais".63

"[...] Se nos direcionarmos para os pais [da igreja] com a esperança de que doravante e finalmente entraremos num campo de métodos incontestáveis e aplicações seguras, seremos desapontados. [...] Há pouquíssimos deles cujas páginas não tenham numerosos erros - erros de métodos, erros de fatos, erros históricos, de gramática, e igualmente de doutrina."64 "Portanto, não é estranho que todas as facções de cristãos possam encontrar nos que são chamados pais [da igreja], algo que favoreça as suas próprias opiniões e sistemas."65

"Nenhuma parte do credo protestante está na decisão dos pais [da igreja] e concílios. Ao recorrer unicamente a Bíblia, como a única regra de fé e prática, os cristãos confundiram e derrotaram seus adversários papais, que não podiam provar suas doutrinas, por meio de 'pais' e concílios."66 "E em vão Me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. Negligenciando o mandamento de Deus, guardais a tradição dos homens. [...]Jeitosamente rejeitais o preceito de Deus para guardardes a vossa própria tradição." (Marcos 7:7-9 RA).


Texto baseado em: CHRISTIANINI, A. B. (1981). Subtilezas do Erro, 2.ª ed., São Paulo: CPB, cap. 34-36, p. 216-233.
Vídeo relacionado: O Sétimo Dia - Estudo 04
a. Interromper; cessar; intercalar; introduzir palavra(s), frase(s), fragmento(s) num texto; alterar uma obra literária ou um documento original durante a sua cópia.
b. Referindo-se ao "autor desconhecido" da apócrifa "Epístola de Barnabé".
c. Segundo a concepção pagã, Hades trata-se de uma região obscura situada no interior da Terra onde os espíritos das pessoas más (após a morte) são encaminhados. Nesse submundo, os espíritos são castigados por demônios por causa de seus pecados. Acesse: Espíritos.
d. Segundo a lenda e tradição grega, essa obra pertence a Sibylla, pitonisa do oráculo de Delfos.
e. Acesse: O "dia do Senhor"
i. Adepto do quiliasmo; aquele que acredita num período de mil anos na Terra, após o juízo de Deus, destinado aos escolhidos (predestinados) para desfrutarem os prazeres terrenos.
m. Contagem feita a partir do decreto (edito) de Constantino de 321 d.C.
n. Espetáculos ao público que eram realizados nos teatros, anfiteatros, arenas e etc.
o. Movimento religioso fundado por Montano. Ele acreditava que era o representante do Espírito Santo e que Jesus tinha prometido que o evangelho seria pregado por seu intermédio e de seus "profetas" e "profetisas". Tertuliano liderou esse movimento em Cartago no século III.
p. Acesse: Mortalidade da Alma
q. Movimento religioso que caracteriza-se por conciliar conjectura filosófica com misticismo.
r. Doutrina herege que pregava um sincretismo das teorias platônicas, judaísmo, dualismo persa e dogmas cristãos (definição: Dicionário Houaiss).
1. PAGET, J. C. (1994). The Epistle of Barnabas: outlook and background, vol. 64, Tübingen: Morh Siebeck, chap. I, p. 3.
2. "Barnabas, Letter of". (2010). Encyclopædia Britannica. Chicago: Encyclopædia Britannica.
3Epistle of Barnabas, chap. X.
4Epistle of Barnabas, chap. IX, XI.
5Epistle of Barnabas, chap. XV.
6. "Clement of Alexandria, Saint". (1918). The Encyclopedia Americana Corporation, vol. VII, New York: J. B. Lyon Company, p. 87a; "Clement of Alexandria". (1910). Enciclopaedia Britannica, 11.ª ed., vol. VI, Cambridge, England: University Press, p. 487b; "Clement of Alexandria, Saint". (2010). Encyclopædia Britannica. Chicago: Encyclopædia Britannica.
7The Stromata, book VII, chap. XVIII.
8The Stromata, book VI, chap. VI, § 5.
9. SCHAFF, P. (2004). Ante-Nicene Fathers, vol. II, Grand Rapids, MI: CCEL, p. 375; (editores, Rev. Alexander Roberts and James Donaldson, originalmente publicado em 1885. Philip Schaff, nascido na Suíça, recebeu educação alemã nas universidades de Tübingen, Halle e Berlim, tornou-se teólogo protestante e historiador da igreja cristã. Após sua formação acadêmica destinou-se a ensinar nos Estados Unidos).
10Exhortation to the Heathen, chap. II, § 24; Exhortation to the Heathen, chap IV, § 6; Exhortation to the Heathen, chap. VI, § 5-6; Exhortation to the Heathen, chap. VIII, § 1; The Instructor, book III, chap. III, § 1.
11The Instructor, book I, chap. X, § 3.
12. "Apocrypha". (1951). The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge, vol. I, Grand Rapids, MI: Baker Book House, p. 478.
13The Stromata, book VII, chap XII, § 20.
14The Watchman Examiner, Journal Baptist, (Oct. 25, 1956), New York, N.Y.: Watchman-Examiner Co., Inc.; (Albert C. Pittman foi pastor da Primeira Igreja Batista de Dayton - Ohio, USA).
15Apostolic Constitutions, book II, sec. VI, art. XLVII; Apostolic Constitutions, book II, sec. VII, art. LIX; Apostolic Constitutions, book V, sec. III, art. XV; Apostolic Constitutions, book VII, sec. II, art. XXIII; Apostolic Constitutions, book VII, sec. II, art. XXXVI; Apostolic Constitutions, book VIII, sec. IV, art. XXXIII.
16. "Didache, The". (1910). Enciclopaedia Britannica, 11.ª ed., vol. VIII, Cambridge, England: University Press, p. 201a; "Didache". (1952). The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge, vol. III, Grand Rapids, MI: Baker Book House, p. 421a; "Didache". (2010). Encyclopædia Britannica. Chicago: Encyclopædia Britannica.
17Didache, chap. XIV, § 1.
18. Jeremias 17:5; Marcos 7:7-9; I João 2:1-4; I Pedro 2:21-25.
19Epistle to the Philippians, chap. XIII.
20Epistle to the Smyrnæans, chap. VII, § 1.
21Epistle to the Ephesians, chap. VI, § 1.
22Epistle to the Philadelphians, chap. III, § 1-2.
23Epistle to the Smyrnæans, chap. IX, § 1.
24Epistle to the Ephesians, chap. VII, § 2.
25. Quoted in: CHRISTIANINI, A. B. (1981). Subtilezas do Erro, 2.ª ed., São Paulo: CPB, p. 219.
26. "Ignatius". (1910). Enciclopaedia Britannica, 11.ª ed., vol. XIV, Cambridge, England: University Press, p. 293a.
27. "Ignatius of Antioch, Saint". (2010). Encyclopædia Britannica. Chicago: Encyclopædia Britannica.
28. SCHAFF, P. (1893). History of the Christian Church: Ante-Nicene Christianity A.D. 100-325, vol. II, 3.ª ed., Grand Rapids, MI: CCEL, p. 583.
29Epistle to the Magnesians, chap. IX, § 1. Too in: MIGNE, JACQUES-PAUL. (1857). Patrologiæ: cursus completus, tomus V, series græca, column 669 (epistola ad Magnesios, IX); MIGNE, JACQUES-PAUL. (1894).Patrologiæ: cursus completus, tomus V, series græca, Parisiis: Jacques-Paul Migne Sucessores, column 669 (epistola ad Magnesios, IX); Jacobson's Patres Apostolici, tomo II, Oxford: W. Jacobson, 1840, p. 322; DOMVILLE, W. (1849). The Sabbath: An Examination of Six Texts, vol. I, London: Chapman and Hall, chap. VII, p. 241.
30. KITTO, J. (1851). A Cyclopædia of Biblical Literature, 10.ª ed., vol. II, New York: Published by Mark H. Newman & Co., p. 270-271 (art. Lord's Day); YOST, F. H. (1947). The Early Christian Sabbath, Mountain View, CA: Pacific Press Publishing Association, chap. 5, p. 14-15.
31Epistle to the Magnesians, chap. IX, § 2.
32. DOMVILLE, W. (1849). The Sabbath: An Examination of Six Texts, vol. I, London: Chapman and Hall, chap. VII, p. 237.
33The Second Apology, chap. V.
34The First Apology, chap. XIV.
35The First Apology, chap. XVIII.
36Dialogue with Trypho, chap. CXXI.
37Dialogue with Trypho, chap. CXXXI.
38The First Apology, chap. LXVII.
39. SOCRATES. Ecclesiastical History, book V, chap. XXII; (obra do historiador grego e cristão Sócrates, o eclesiástico. Ela é composta por sete livros e discorre sobre os acontecimentos da igreja de Roma entre 305-439 d.C., abrangendo fatos políticos e eclesiásticos, tanto internos como externos). Too in: SCHAFF, P. (1886).Nicene and Post-Nicene Fathers: Socrates and Sozomenus Ecclesiastical Histories, series II, vol. II, New York: Christian Literature Publishing Co., p. 334.
40. SOZOMEN. Ecclesiastical History, book VII, chap. XIX; (esta obra foi elaborada pelo Salminius Hermias Sozomenus, Sozomen, e descreve a história da igreja baseada nas obras literárias de Socrates, o Eclesiástico e de Eusebius, bispo de Cesarea). Too in: SCHAFF, P. (1886). Nicene and Post-Nicene Fathers: Socrates and Sozomenus Ecclesiastical Histories, series II, vol. II, New York: Christian Literature Publishing Co., p. 874.
41The First Apology, chap. I.
42Dialogue with Trypho, chap. LXX, LXXVIII.
43. JENNINGS, D. (1837). Jewish Antiquities: A Course of Lectures Godwin's Moses and Aaron, 9.ª ed., London: Thomas Tegg and Son, book III, chap. III, p. 377.
44. WEBSTER, H. (1916). Rest Days: A Study in Early Law and Morality, New York: The Macmillan Co., p. 220-221; (Hutton Webster foi professor de antropologia social na universidade de Nebraska).
45The Catholic World (march, 1894). Quoted in: CHRISTIANINI, A. B. (1981). Subtilezas do Erro, 2.ª ed., São Paulo: CPB, p. 227.
46. "Sunday". (1953). The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge, vol. XI, New York: Wagnalls Co., p. 147b.
47. "Tertullian". (2010). Encyclopædia Britannica. Chicago: Encyclopædia Britannica.
48Apologetic: A Treatise on the Soul, chap. VII.
49Ethical: On player, chap. XXII.
50Apologetic: Apology, chap. XXIII.
51Ethical: On Prayer, chap. XXIX.
52Ethical: On Baptism, chap. IV.
53Apologetic: Apology, chap. XVI.
54Apologetic: Ad Nationes, book I, chap. XIII.
55Ethical: On player, chap. XXIII.
56Apologetic: The Chaplet, or De Corona, chap. III-IV.
57. Eusebius' Commentary on the Psalms (Psalm 92, a Psalm or Song for the Sabbath-Day). In: Migne's Patrologia Graeca, vol. XXIII, col. 1171-1172.
58. "Origen". (1953). The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge, vol. VIII, Grand Rapids, MI: Baker Book House, p. 268b; "Origen". (2010). Encyclopædia Britannica. Chicago: Encyclopædia Britannica.
59Homily XXIII: Numbers XXVIII, sec. IV. Too in: ORIGEN. (2009). Ancient Christian Texts: Homilies on Numbers, Illinois: InterVarsity Press, p. 142a; (translated by Thomas P. Scheck, edited by Christopher A. Hall).
60. "Bardesanes". (2010). Encyclopædia Britannica. Chicago: Encyclopædia Britannica.
61. WRIGHT, W. (1871). Apocryphal Acts of the Apostles, vol. I, London: Printed by Williams and Norgate, p. 247; (english texts in volume II).
62. "Bardesanes". (1951). The New Schaff-Herzog Encyclopedia of Religious Knowledge, vol. I, Grand Rapids, MI: Baker Book House, p. 1008.
63. PEREIRA, E. C. (1949). Problema Religioso na América Latina, O; 2.ª ed., São Paulo: Livraria Independente Editora, p. 215, 219 e 227; (Eduardo Carlos Pereira de Magalhães foi ministro evangélico presbiteriano, professor e escritor brasileiro. Tornou-se renomado líder protestante no século XIX e auxiliou na fundação da igreja Presbiteriana Independente).
64. FARRAR, F. W. (1886). History in Interpretation, London: Macmillan and Co., lecture IV, p. 162-163; (Frederic William Farrar, escritor e filósofo inglês, foi arcediago anglicano, cânon da Westminster Abbey, membro do Trinity College (Cambridge), assistente na Harrow School e deão de Canterbury).
65. MOSHEIM, J. L. (1847). Institutes of Ecclesiastical History: Ancient and Modern, 3.ª ed., vol. I, New-York: Harper & Brothers, book I, part. II, chap. III, p. 127; (Johann Lorenz von Mosheim, alemão e historiador, foi membro da igreja Luterana. Em sua obra "Institutionum Historiae Ecclesiasticae" (composta de quatro livros), ele abrange a História do cristianismo deste o nascimento de Cristo até o início do século XVIII).
66. Adam Clark, Clarke's Bible Commentary, Proverbs 8 (verse 36).